De acordo com o canal, a empresa aérea iraniana Fars Air Qeshm realizou nos últimos dois meses dois voos "raros e incomuns" de Teerã para Beirute. O primeiro teve lugar em 9 de julho, quando um avião decolou da base aérea em Teerã, fez uma escala rápida no aeroporto de Damasco e depois se dirigiu para o aeroporto da capital libanesa por uma "rota incomum", ou seja, voou através da parte norte do Líbano.
Em entrevista à Sputnik Persa, Seyyed Hadi Afghahi, especialista iraniano em ciências políticas e ex-diplomata do Irã no Líbano, comentou a situação.
Ele recordou que o Fox News é financiado pelo Pentágono, enquanto as posições-chave da entidade são ocupadas pelo lobby sionista norte-americano, que recebe ordens diretas de Tel Aviv.
"Além disso, surge a questão por que é que o canal Fox News cita em suas declarações ‘serviços de inteligência ocidentais’ sem nomear nenhum deles […] Tal tipo de cobertura já diz tudo. Deveriam ter fornecido documentos ou apontado para fontes confiáveis que pudessem comprovar as palavras do canal", afirmou o analista.
De acordo com o especialista, é mais importante entender que objetivos o canal persegue ao fazer mais uma acusação infundada contra o Irã e o movimento Hezbollah.
Seyyed Hadi Afghahi acredita que o motivo radica nos acontecimentos na província síria de Idlib. O Irã e o Hezbollah estão ajudando Bashar Assad a esmagar os terroristas, sendo uma espinha na garganta dos EUA e de Israel. Para "liquidar legitimamente" o Irã e o Hezbollah são necessários alguns pretextos. Nesta situação o Fox News é uma boa ferramenta informacional.
"A aproximação do início da operação de libertação de Idlib, no noroeste da Síria, onde ainda estão operando formações terroristas e até o exército turco, causa descontentamento de algumas partes, que querem impedir essa operação de libertação", explicou.
De acordo com ele, os EUA estão preocupados que os louros da vitória sobre o terrorismo na Síria serão recebidos pelo governo sírio e seus aliados: o Irã, o Hezbollah e a Rússia, e não pelos EUA.
"Tal fato é uma grande decepção para os EUA e seus aliados. Por isso eles estão preparando terreno para que isso não aconteça usando alavancas de pressão, inclusive abalando o campo informacional com notícias falsas", indicou o analista.
Segundo ele, a presença do Irã e do Hezbollah ameaça os militares dos EUA posicionados ilegalmente na Síria e na fronteira o seu aliado – Israel.
"Sendo assim, no jogo há uma cartada que pode dar ‘luz verde’ ao início do ataque com mísseis contra militares iranianos e combatentes do Hezbollah. Já que a ferramenta informacional dos EUA [Fox News] está ajudando ativamente a atingir esse objetivo ao produzir notícias falsas", ressaltou o analista.