O especialista em estudos americanos na Universidade de Teerã, professor Seyed Mohammad Marandi, relatou à Sputnik Persa que a administração Trump adotou os mesmos métodos aos quais Washington recorreu há 65 anos para realizar um golpe de Estado no Irã.
"Na minha opinião, a situação no Irã agora é diferente daquela época […] Mas os métodos usados pelos EUA são semelhantes: boicote petrolífero e guerra psicológica. Então, o serviço da rádio BBC persa estava envolvido nisso, agora é a televisão BBC e redes sociais em persa patrocinadas pelo Ocidente, e milhares de pessoas que conduzem essa guerra cibernética psicológica contra o Irã. Mas, repito, agora a situação é completamente diferente. A atual liderança do Irã é muito diferente do governo do Dr. Mossadegh", afirmou o especialista.
Em 1953, o golpe de Estado apoiado pela CIA levou à deposição do gabinete legitimamente eleito chefiado pelo primeiro-ministro Mohammad Mossadegh, substituindo-o pelo governo do general Fazlollah Zahedi.
O problema, segundo o professor, é que o ex-primeiro ministro iraniano era "ingênuo" e "confiava nos Estados Unidos", adicionando que os EUA se aproveitaram das "numerosas contradições internas", causadas pelo "isolamento que havia no país".
"Agora, os líderes de nosso país não são tão ingênuos e não nutrem ilusões quanto às intenções dos Estados Unidos […] Mesmo aqueles que olhavam de forma otimista para o futuro das relações entre EUA e Irã, após a assinatura do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), perceberam que não podiam confiar nos EUA e seus aliados, sendo testemunhas da completa inação de [Barack] Obama em relação ao JCPOA e da política agressiva de Trump em relação ao Irã", enfatizou o analista iraniano.
"Hoje, o Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica e outras unidades do exército iraniano são treinados em seu país e pertencem ao povo do Irã. Nosso exército nunca irá contra seu povo", disse Izadi.
Ele observou que, embora numerosos programas dos EUA, que visam a mudança de regime no Irã e em outros países, nunca tenham declarado abertamente seus objetivos genuínos, seus incentivos e motivação são bastante claros.
Segundo Izadi, o povo iraniano deveria ter em mente os acontecimentos de 1953 e "monitorar de perto cada passo dos responsáveis oficiais americanos e seus protegidos".
"Parece que nos últimos 65 anos, os americanos não conseguiram entender como devem lidar com o povo iraniano", concluiu Izadi.