De acordo com a lei tailandesa, mulheres estupradas só podem ser entrevistadas por outras mulheres e a restrinção à formação de novas policiais poderia colocar a proteção de sobreviventes em risco.
"É política. Não podemos dar mais informações do que isso", disse o porta-voz da RPCA, capitão Worawut Sripakhon, citado pela Newsweek.
Com a ascensão de outubro de 2016 do rei Maha Vajiralongkorn na Tailândia, muitos observaram uma mudança em direção a políticas conservadoras, particularmente no que diz respeito aos pobres e ao papel das mulheres no país.
"Este é um movimento muito atrasado para os direitos das mulheres e a segurança das mulheres na Tailândia", disse à Reuters a diretora do grupo de direitos humanos da Tailândia, Women and Men Progressive Movement, Jadet Chaowilai. "As vítimas podem ficar envergonhadas ou relutantes em falar com oficiais do sexo masculino", completa.
"É discriminação de gênero", afirmou Lerdsrisuntad, acrescentando: "Já há poucas policiais do sexo feminino, e agora essa regra reduzirá ainda mais esses números. É um grande revés para os casos de violência sexual e violência doméstica, que são imensamente subnotificados no país".
As mulheres representam cerca de 45% da força de trabalho da Tailândia, um dos maiores segmentos da Ásia, segundo dados recentes do Banco Mundial. Na Polícia, porém, são apenas 8% e só conquistaram o direito de trabalhar nos quadros policiais em 2009. Desde o início de 2018, porém, elas só podem assumir funções administrativas, sendo proibidas nas chamadas "atividades de inquérito".