Apesar de que o fato já era esperado, o anúncio oficial foi realizado no final da tarde desta terça-feira (11) em um discurso em Curitiba, em frente à Superintendência da Polícia Federal. Com isso, o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação assume a frente da chapa com Manuela D'Ávila (PCdoB) como vice-presidente. Ambos estiveram no ato de anúncio ao lado da senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, do senador Lindbergh Farias (PT) e da ex-presidente Dilma Rousseff.
O anúncio relembrou que ao longo do ano o PT tentou levar adiante a candidatura de Lula, impugnada no dia 1º de setembro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Gleisi Hoffmann ainda enfatizou que o anúncio da candidatura de Fernando Haddad foi um pedido direto do ex-presidente Lula.
O membro-fundador do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh, foi convidado para ler a carta do ex-presidente. A carta fala em perseguição e afirma que "proibiram o povo brasileiro de votar livremente para mudar a realidade do país". A carta de Lula ainda enfatiza que o povo abraçou sua candidatura, lembrando a liderança nas pesquisas.
"Minha condenação é uma farsa judicial, uma vingança política, sempre usando medidas de exceção contra mim. Eles não querem prender e interditar apenas o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva. Querem prender e interditar o projeto de Brasil que a maioria aprovou em quatro eleições consecutivas, e que só foi interrompido por um golpe contra uma presidenta legitimamente eleita, que não cometeu crime de responsabilidade, jogando o país no caos", diz a carta de Lula, conforme lida por Greenhalgh. A carta foi publicada pele site do PT.
Lula tem se comunicado diretamente com Fernando Haddad, que o visita em sua cela na sede da Polícia Federal em Curitiba. Através do ex-prefeito de São Paulo, Lula ainda teria enviado uma carta à Cúpula do PT para garantir que o nome de Haddad fosse aprovado sem resistência. Parte do partido ainda queria adiar o anúncio para o dia 17 de setembro.
O ex-presidente está preso desde abril em Curitiba, após ser condenado em segunda instância pelo TRF-4 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.