Nos anos em que Brown esteve no cargo, a crise financeira global de 2008 causou uma recessão econômica nunca vista desde a Grande Depressão de 1929.
"Vai ter de haver um violento despertar para a escalação de riscos, mas nós estamos em um mundo sem líderes", disse ‘o ex-premiê em entrevista ao jornal The Guardian.
"A cooperação verificada em 2008 nãos seria possível em uma crise pós-2008 em termos de bancos centrais e governos trabalhando juntos. Teríamos um exercício de partilha de culpas ao invés de resolver o problema", disse.
O político também afirmou não haver garantias de que a China será tão cooperante como foi uma década atrás devido à iminente guerra comercial entre Pequim e Washington. "O protecionismo de Trump é a maior barreira para construir a cooperação internacional", indicou.
A crise de 2008 se desencadeou após a bolha hipotecária nos EUA ter explodido, com perdas nas bolsas de valores e no mercado imobiliário, afetando o sistema financeiro global.
O ex-premiê não indicou a possível causa da próxima crise financeira, mas citou problemas nos mercados emergentes e um número arriscado de empréstimos concedidos por bancosparalelos na Ásia.
Brown também criticou as medidas de austeridade, que partiram da análise de que a recessão econômica global tinha sido causada pelos altos níveis de dívida pública e não pela negligência financeira. "Saímos da recessão em 2009 mas voltamos por volta de 2011. Porquê? A retirada do apoio do governo nos custou empregos e prosperidade, mas também nos custa a capacidade de reduzir o défice no longo prazo", concluiu.