Em Moscou compreendiam que a União Soviética poderia se tornar no próximo alvo. O lançamento do primeiro míssil intercontinental ainda estava longe de acontecer. O míssil soviético R-1 foi totalmente baseado no míssil alemão A-4, também conhecido como V-2, e não apresentava grande alcance e precisão.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, o míssil A-4 alemão era o único míssil no mundo produzido em série. O míssil tinha uma fabricação complexa e não tinha a precisão desejada. Aproximadamente 20% dos A-4 detonavam no ar pouco após o lançamento.
Os soviéticos, então, iniciaram o projeto praticamente do zero. A isso se dedicou o terceiro departamento do famoso NII-88, o Instituto de Pesquisa Científica 88, que tinha como chefe de projeto Sergei Korolev. Para realizar o projeto a União Soviética contou com a ajuda de aproximadamente 150 especialistas alemães, que concordaram trabalhar para os soviéticos. Juntando os esforços foram montados vinte mísseis A-4 e efetuados onze lançamentos entre 18 de outubro e 13 de novembro de 1946.
Os construtores e engenheiros soviéticos analisaram cada centímetro das "superarmas" alemãs, decidindo construir uma cópia exata. Korolev concluiu que seria preciso começar por foguetes mais elementares e depois partir para algo mais complexo.
O primeiro míssil balístico soviético de curto alcance, fabricado totalmente com componentes nacionais, foi lançado em 17 de setembro de 1948. No total foram lançados dez mísseis em 1948 e vinte em 1949. Neles foi instalado um sistema automático de orientação inercial e um motor um pouco mais potente, aumentando o alcance do voo de 250 para 270 km.
O R-1 tinha quase 15 m de comprimento (um prédio de cinco andares), pesava mais de 13 toneladas e atingia uma velocidade máxima de 1.465 km/h.
"Não se pode menosprezar o valor dos mísseis A-4 e R-1, pois eles foram um grande avanço em uma área tecnológica completamente nova", disse o acadêmico Boris Chertok, colega e amigo próximo de Korolev.