Lavrov disse que os lados compartilham uma posição comum em relação aos problemas que ainda permanecem na região dos Bálcãs.
Questões quentes na região "devem ser resolvidas com base no consentimento mútuo de todas as partes interessadas, com pleno respeito à opinião da população dos países relevantes", comentou Lavrov após sua reunião com o chefe da República Sérvia da Bósnia, Milorad Dodik, em Banja Luka.
A linha de alguns jogadores externos, que estão tentando colocar os povos da região dos Bálcãs diante de uma escolha – ou você está com o Ocidente ou com a Rússia, e isso é inaceitável.
Após as várias guerras nos anos 90 e o colapso da Iugoslávia, as relações permanecem tensas entre os Estados recém-formados nos Bálcãs. A questão mais exaustiva é a situação em torno do Kosovo, que declarou unilateralmente a independência da Sérvia em 2008 e ainda não é reconhecido por Belgrado.
No ano passado, Montenegro tornou-se o mais novo membro da OTAN, apesar de ter um pequeno exército, que não conseguiu impulsionar as capacidades da aliança militar liderada pelos EUA de forma alguma. A decisão tomada sem referendo desconsidera a opinião de grande parte da população.
No final de setembro, a Macedônia está realizando um referendo sobre a mudança de nome para "Macedônia do Norte" devido a divergências com a Grécia e a possibilidade de o país ingressar na União Europeia (UE) e na OTAN.
No período que antecedeu o plebiscito, o Ocidente acusou a Rússia de tentar se intrometer com a votação, mas, como de costume, nenhuma prova do envolvimento de Moscou foi colocada na mesa.
A UE está pressionando a Sérvia e Montenegro, dizendo que, se quiserem ser incluídos no bloco, eles devem cumprir certas condições, incluindo a aceitação do componente de política externa anti-russo da UE.
Lavrov lembrou que a Rússia, juntamente com os EUA e a Europa, foi a autora do Acordo de Dayton, que pôs fim à guerra da Bósnia em 1995, bem como a resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre o acordo de Kosovo em 1999.
"Não vemos razões para coibir essa cooperação [com o Ocidente], novamente transformando os Bálcãs em outro ponto de discórdia entre a Rússia e nossos colegas estrangeiros", explicou.