A mídia de hoje está focada em promover "o temor desconhecido", o que coincide com ações passadas, relacionadas à história da Guerra Fria, quando faziam de tudo para incitar iminente e inevitável "invasão aos países ocidentais" pelos soviéticos, fazendo com que os governos ocidentais formassem "uma frente comum contra o mal desconhecido", opinou Maguire, ativista britânica que ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 1976, para a mídia Counter Punch.
Apesar de ser caro manter uma força militar e mesmo muitos países europeus se recusando a elevar gastos com defesa, o dinheiro investido no reforço bélico precisa ser justificado para a população, daí entra a invenção de um inimigo para explicar a necessidade de proteger a liberdade de seu país, destaca a ativista, ressaltando ser preciso considerar a mudança na balança do poder financeiro das potências ocidentais em relação aos crescentes centros na Ásia e no Oriente Médio.
As mentiras e a desinformação de hoje têm levado às "intervenções humanitárias" da OTAN, que se justificam através do "direito de se proteger", destruindo a vida de milhões de pessoas, ressalta a ativista, citando que "as pessoas não devem ser enganadas novamente. A aplicação de políticas de demonização para lançar invasões e iniciar guerras deve ser parada imediatamente. […] O isolamento e a marginalização dos países apenas incitam o extremismo, o fundamentalismo e a violência".
Para Maguire, essa histeria contra a Rússia é uma das coisas mais perigosas do mundo, sendo "um imperdoável jogo do Ocidente", que pode levar o planeta a uma catástrofe. A ganhadora do Prêmio Nobel da Paz acredita a histeria deve ser substituída pelo reestabelecimento de "boas relações com os russos".