Politólogo sobre 'Forte Trump': Polônia exagera seu papel e importância

© REUTERS / Ints KalninsSoldados do exército polonês participam dos treinamentos da OTAN (foto de arquivo)
Soldados do exército polonês participam dos treinamentos da OTAN (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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A Polônia planeja implantar uma base militar norte-americana na sua fronteira leste ou nordeste, informou à rádio RMF FM o chefe do gabinete do primeiro-ministro, Michal Dworczyk.

"É muito cedo para falar sobre lugares específicos. Uma única coisa pode ser afirmada: nós gostaríamos que essa decisão fosse tomada para que essa base seja implantada em algum lugar no flanco leste, no nordeste ou leste da Polônia", disse Dworczyk.

Ao mesmo tempo, ele insiste que a base norte-americana deverá garantir a segurança da Polônia.

"Todos entendem que uma decisão sobre a implantação de bases permanentes dos EUA na Polônia seria um evento muito grande, isso afetaria significativamente a segurança de toda a região e, é claro, da Polônia", salientou.

Na terça-feira (18), o presidente norte-americano Donald Trump declarou que os EUA ainda estão avaliando a possibilidade de estabelecer uma base norte-americana permanente na Polônia, e que Varsóvia está pronta para pagar por ela "bilhões e bilhões de dólares".

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O presidente polonês, Andrzej Duda, lembrou novamente que Varsóvia espera criar uma base militar permanente na Polônia e até propôs que ela fosse denominada Fort Trump (Forte Trump, em português). Anteriormente, a Polônia se ofereceu para sediar uma divisão blindada norte-americana de modo permanente, assumindo os custos de cerca de US$ 1,5 a 2 bilhões (de R$ 6,1 bilhões a R$ 8,1 bilhões). A proposta foi apresentada fora do quadro da OTAN no âmbito bilateral.

O cientista político Vladimir Bruter, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, comentou que a implantação da base militar dos EUA na Polônia apenas desencadearia tensão na região da Europa Oriental.

"A iniciativa polonesa pressupõe obviamente ações adicionais para conter a Rússia em suas fronteiras ocidentais. Se nos Estados Unidos e na Polônia acreditam que isso acalma a situação na Europa Oriental e a torna mais previsível, eu pessoalmente acho que não é assim. Isso torna a situação mais tensa, pois é evidente que forçará a Rússia a tomar medidas de resposta", opinou o analista.

"Aqueles que estão tentando implantar novas armas na Europa Oriental devem entender que isso, em geral, apenas inflama a situação, e da história nos lembramos que a Europa Oriental é quase o lugar mais explosivo do mundo. Eu acho que isso [implantação da base militar norte-americana] mostra que a liderança polonesa não estuda as lições suficientemente bem", opinou Bruter.

O analista considera que a decisão de Varsóvia de estabelecer uma base militar dos EUA no país não se deve apenas ao desejo de agradar a Washington.

"A Polônia se considera como um sério, e praticamente o único grande, protagonista na Europa Oriental e está tentando demonstrar desse modo sua exclusividade. Tal como a Polônia fez durante o período entreguerras", disse Bruter.

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"Mas a catástrofe que se abateu sobre a Polônia durante a 2ª Guerra Mundial mostra que a Polônia exagerou seu papel e importância. O mesmo a Polônia está fazendo agora […] Provavelmente, essa ideia não levará a nada", concluiu o cientista político ao comentar sobre a implantação da base norte-americana.

Ultimamente, a questão do perigo militar, supostamente originado pela Rússia, está sendo discutida ativamente na Polônia. Em conexão com isso, foi adotado o programa de aumento acentuado da dimensão do exército polonês. Um grupo de combate multinacional da OTAN a nível de batalhão e uma brigada blindada do exército dos EUA foram posicionados na Polônia.

A Polônia propôs oficialmente a alocação de até US$ 2 bilhões (R$ 8,1 bilhões) para implantar uma divisão blindada norte-americana em seu território.

Moscou sublinhou repetidamente que nunca atacará nenhum dos países da OTAN. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, a OTAN está ciente de que não há nenhum plano por parte da Rússia para atacar qualquer país, mas a Aliança simplesmente aproveita a oportunidade para implantar mais equipamentos e batalhões próximo das fronteiras russas.

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