A ideia foi concebida pelo governo da província de Jujuy, uma província no extremo norte do país, na fronteira com a Bolívia e o Chile.
"Já estamos bastante avançados na construção simultânea desses três parques, que serão conectados a uma rede nacional para a venda de energia fotovoltaica ao mercado atacadista de eletricidade administrado pela Cammesa [empresa argentina de energia elétrica], que garantiu a compra a US$ 60 [R$ 243] por megawatt", informou Pizarro.
Os 300 megawatts de energia fotovoltaica pertencerão à estatal da província de Jujuy Energía Minería Sociedad del Estado (JEMSE, sigla em espanhol), que recebeu US$ 390 milhões (R$ 1,5 milhões) de investimento financiado pelo banco chinês Eximbank. Outras empresas chinesas também colaboram na construção e montagem do parque.
O parque ocupará mais de 800 hectares, localizados no departamento de Susques, uma cidade na Puna Argentina e adjacente a algumas comunidades.
"Essa terras pertencem aos indígenas, por isso tivemos que cumprir uma série de regulamentos estabelecidos para trabalhar com eles, como consultas prévias e todos os mecanismos da Constituição nacional", ressaltou Pizarro.
"Acreditamos que até o final de março de 2019 estaremos transferindo energia para a rede interconectada e vendendo essa energia, que pertence ao povo de Jujuy", disse a autoridade.
A área da Puna Argentina tem uma das maiores radiações solares do mundo. Em entrevista à Sputnik Mundo, Carlos Oheler Dos, presidente da JEMSE, destacou o potencial energético da região.
Além disso, a região dispõe de boa infraestrutura. Conforme explicou o gerente, os gasodutos passam por essa região e há toda a infraestrutura de serviços criada para as instalações industriais das áreas vizinhas, que estão ligadas à exploração de lítio e outros minerais.
Com uma visão de longo prazo, a construção deste parque solar fará da JEMSE uma referência para a gestão de energias renováveis na América Latina, segundo o seu presidente.
"Para nós, sem dúvida, é um dos negócios mais importantes que temos em andamento; não apenas por causa do investimento, mas porque abre uma perspectiva direta para a geração de energia renovável internacional", destacou.