Os títulos do Tesouro dos EUA são considerados como os ativos mais confiáveis no mercado financeiro mundial. Sua venda permite ao governo estadunidense aumentar seu déficit orçamentário. A política externa agressiva do presidente Donald Trump fez com que os que tradicionalmente compravam dívida dos EUA começassem a livrar-se dela em 2018.
"No último ano o líder dos EUA declarou retiradamente que, enquanto todo o mundo depender dos EUA, eles continuarão praticando a política externa que quiserem", advertiu Maria Salnikova, analista da empresa financeira russa Expert Plus citada pelo portal russo Gazeta.ru.
Foi por isso que Donald Trump decidiu implementar uma política de tarifas desde o início do ano e anunciou que planeja continuar a seguir a mesma linha.
"Se a China adotar medidas de resposta contra os nossos fazendeiros, ou contra qualquer outro setor de nossa indústria, passaremos rapidamente para a terceira etapa, que inclui tarifas sobre as importações chinesas no valor de 267 bilhões de dólares", declarou o presidente dos EUA.
A China já prometeu que vai responder aos EUA e até elaborou uma lista de produtos norte-americanos que serão taxados. Pequim e Washington estão tentando lidar com a situação dialogando, mas até agora todas as tentativas de reduzir as tensões levaram a mais protecionismo.
Perante esse cenário, a redução pela China da compra de dívida pública norte-americana também pode ser considerada como um argumento em futuras negociações.
Assim, a redução do volume que os países investem na dívida dos EUA será inútil se outros países não se unirem aos passos dados por Pequim. Como reconhecem os especialistas, eles dificilmente conseguirão se livrar da dívida americana que compraram.