Antes de começar o discurso, o representante oficial do ministério, Igor Konashenkov, disse que apresentaria a cronologia dos eventos por minutos, se baseando em dados objetivos dos equipamentos de radar.
De acordo com o representante, a parte israelense tinha advertido Moscou sobre o iminente ataque por áudio, falando em língua russa. Entretanto, assinalou Konaskenkov, Tel Aviv tinha indicado um lugar incorreto do ataque, "deixando a Rússia mal informada". Essa foi a causa do Il-20 não ter conseguido sair para uma zona segura, frisou.
Konashenkov detalhou particularmente que a representante do comando da Força Aérea de Israel tinha assegurado que os alvos destinados ao ataque da aviação israelense estariam "no norte da Síria". Entretanto, Latakia é uma província ocidental.
Ainda de acordo com a entidade, os pilotos israelenses dos caças F-16 "se protegeram por trás do Il-20" deliberadamente.
"Vou frisar em particular que, tendo avistado o Il-20 russo, os caças israelenses o usaram como cobertura dos mísseis antiaéreos, continuando a manobrar nessa região", disse Konashenkov.
"O piloto israelense não podia não perceber que a superfície refletora efetiva do avião Il-20 é muito maior que a do caça F-16, e seria precisamente a aeronave russa que serviria de alvo preferencial para um míssil antiaéreo", explicou o representante do ministério.
Deste modo, concluiu o general, Moscou acredita que toda a responsabilidade pelo abate do avião de reconhecimento Il-20 na Síria deve ser atribuída à parte israelense.
O avião russo Il-20, a bordo do qual estavam 15 militares, foi derrubado por um míssil do complexo S-200 do exército sírio na noite da segunda-feira (17), matando todos os tripulantes. Segundo afirmou o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, a aeronave foi derrubada por mísseis sírios em resposta às ações da aviação israelense, que estava "se cobrindo" pelos aviões russos.