Em entrevista à Sputnik Brasil, o economista argentino e professor da UFRJ, Eduardo Crespo, disse que a pressa de Macri em firmar um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) acabou prejudicando a economia do país ainda mais.
"O FMI coloca um conjunto de condições, como a renúncia do Luis Caputo, presidente do Banco Central, que acabaram prejudicando a política econômica, pelo menos para a política do governo", disse.
A greve geral foi marcada no mesmo dia em que o presidente Mauricio Macri discursou na Assembleia Geral da ONU. O presidente argentino disse que seu país passa por um período de "mudanças profundas" e que tem a "convicção de fazer os esforços corretos", mas não citou a crise econômica que atinge o país.
Mesmo crítico da maneira como a renúncia de Luiz Caputo foi imposta pelo FMI, Crespo atribui a piora da crise à má gestão do ex-presidente do Banco Central argentino.
"A piora veio com um forte endividamento público, com uma administração muito ruim do Banco Central, o jeito que o banco central estava gerindo a política monetária, a taxa de juros e até suas intervenções cambiais foram muito erradas", defendeu o economista.
Segundo o professor da UFRJ, a inflação da Argentina pode bater na casa dos 43% no próximo ano se a situação continuar dessa maneira.
"Se a continuar a desvalorização [do peso em relação ao dólar], esse valor pode ser ainda maior, ninguém sabe até onde vai chegar a desvalorização", completou.