Abe, que há um ano alertou as Nações Unidas de que a janela para a diplomacia com a Coreia do Norte estava fechando, assumiu um tom mais aberto, mas ainda cauteloso, em seu último pronunciamento ao órgão mundial.
Mas ele disse que qualquer cúpula seria dedicada a resolver uma disputa de décadas atrás sobre o sequestro de civis japoneses na Coreia do Norte — uma questão profundamente emotiva para grande parte do público japonês sobre a qual Abe construiu sua carreira política.
"Para resolver a questão dos sequestros, eu também estou pronto para quebrar a casca da desconfiança mútua com a Coreia do Norte, começar de novo e enfrentar cara a cara com o presidente Kim Jong-un", disse Abe em seu discurso na ONU, ressaltando que nada ainda estava em andamento.
"Mas, se quisermos ter uma, então estou determinado a contribuir para a resolução da questão do sequestro", acrescentou.
A Coreia do Norte sequestrou dezenas de cidadãos japoneses nos anos 70 e 80 para treinar os espiões do regime na língua e cultura japonesas.
O ex-primeiro-ministro japonês Junichiro Koizumi viajou duas vezes a Pyongyang para buscar um novo relacionamento com o pai do atual líder, Kim Jong-Il, e foi informado pela Coreia do Norte que as vítimas remanescentes de sequestros estavam mortas — uma posição rejeitada pelos membros das famílias japonesas.
Há especulações de que Abe poderia se encontrar com Kim, que teria dito a Trump durante a cúpula de junho em Singapura que ele estava disposto a conversar com o inimigo Japão.
Com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, também cortejando Kim, temores crescem no Japão de que ele poderia ser excluído de qualquer resolução final sobre a Coreia do Norte se recusar o diálogo.