O jornalista uruguaio Fernando Ravsberg, que reside em Cuba, disse à Sputnik Mundo que as negociações entre o presidente cubano e os executivos do Google incentivam "a expectativa de um relacionamento melhor com o Google e com toda a indústria digital dos EUA para acelerar a conectividade de comunicações que, por enquanto, estão em nível baixo".
Na reunião, o chefe do Estado destacou que a informação da sociedade é uma prioridade para o governo cubano e que o bloqueio econômico dos EUA é o principal obstáculo para o desenvolvimento.
Ravsberg considerou que o Google poderia ter uma nova proposta para Cuba.
"Penso que o Google continuará insistindo, pois a ilha, ainda que não seja um mercado muito grande, é algo único. Seriam mais de 10 milhões de pessoas que não têm ou têm pouca conectividade e isso o transforma em um mercado grande", disse o jornalista.
No entanto, Ravsberg ressaltou que o principal problema nesses acordos são as relações entre Cuba e os EUA. Atualmente, o desenvolvimento da Internet em Cuba é atingido com base na cooperação e contratos com empresas chinesas devido a uma maior afinidade política.
"As relações entre Cuba e os Estados Unidos sempre foram tensas e o tempo provou para o governo cubano que o próprio presidente dos EUA, Donald Trump, criou uma 'força-tarefa' para entrar na ilha através da Internet e, desse modo, transmitir a mensagem de discordância e anticatrista", sublinhou o jornalista.
Ravsberg enfatizou que o novo presidente da ilha pertence a uma geração mais próxima do desenvolvimento tecnológico, embora ele não tenha redes sociais. No entanto, "é o primeiro político cubano que usou um notebook em uma reunião do Conselho de Ministros".
O jornalista concluiu que "o desenvolvimento da Internet chegará em Cuba, apesar de as pessoas estarem desesperadas com a lentidão do processo".