A Sputnik Brasil entrou em contato com José Caamaño, vice-presidente da ABIH (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira), que levantou os 2 principais fatores que influenciam os números do setor no Brasil.
O primeiro, segundo ele, seria um maior investimento do setor público para o desenvolvimento do setor.
"A primeira coisa é tirar essa cultura de que o turismo é um setor de valor pequeno, o principal é que haja um entendimento forte entre o governo e outros setores sobre a importância do turismo", disse.
Atualmente, o turismo representa 7,2% do PIB (Produto Interno Bruto) e estima a geração de 2 milhões de empregos nos próximos quatro anos, segundo a Embratur.
O segundo ponto que acaba influenciando o desempenho do setor no Brasil é o câmbio. Se por um lado, o câmbio baixo traz turistas estrangeiros para o país, por outro um câmbio alto faz com que os próprios brasileiros prefiram viajar dentro do Brasil.
"Se o dólar dispara a tendência do nosso turismo externo é crescer. Nós passamos um bom tempo com o turismo interno e externo mais ou menos nivelado, mas por causa das eleições começamos a ver uma alta grande do euro e do próprio dólar e essa situação acaba invertendo e é mais fácil pessoas de fora virem ao Brasil", afirmou.
Em 2017, os turistas brasileiros gastaram US$ 19 bilhões nos destinos internacionais, enquanto os estrangeiros injetaram na nossa economia apenas US$ 5,8 bilhões.
"O brasileiro gosta de viajar e agora o dólar alto favorece a que ele faça suas viagens internamente. Essa relação depende muito da economia de modo geral", completou.