O Tribunal Internacional de Justiça resolve disputas legais entre os países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) e deve anunciar na próxima segunda-feira sua posição sobre uma petição apresentada pela Bolívia em 2013.
O país do presidente Evo Morales pede que o Chile forneça uma saída para o Oceano Pacífico.
Se a corte internacional tomar uma decisão favorável à Bolívia, ela poderá forçar o Chile e manter uma negociação de "boa fé".
"Para o Chile se engajar em negociações de boa fé, isso significa que ele tem que estar disposto a ceder ao menos parte de seu território soberano? A maioria dos estados não daria nenhum território".
Um resultado mais realista das negociações de "boa fé" poderia ser o Chile oferecer outras formas de ajudar a facilitar o comércio da Bolívia, como o acesso livre a mais portos chilenos, rodovias ou ferrovias construídas para a Bolívia em terras chilenas, disse Reichler.
Embora as decisões do Tribunal Internacional de Justiça sejam vinculativas para os membros da ONU, elas não tem mecanismos para garantir sua aplicação.
Origem da disputa
A Bolívia perdeu seu acesso ao mar depois de ter sido derrotada em uma guerra com o Chile na década de 1880, que anexou seu litoral. A Bolívia, uma das nações mais pobres da América Latina, afirma que a falta de acesso marítimo impediu seu crescimento econômico.
Antes do Tribunal Internacional de Justiça, a Bolívia argumentou que o Chile não cumpriu as promessas diplomáticas e as obrigações impostas pelo direito internacional de negociar o acesso ao mar, ou seja, um corredor terrestre e um porto sob seu controle.
Santiago também aponta que a Bolívia já tem acesso isento de impostos ao porto chileno de Arica. No entanto, a Bolívia quer seu próprio porto soberano.
A disputa tem sido há muito tempo um espinho nas relações diplomáticas entre os dois países, que não possuem embaixadores entre si há décadas.