"É de esperar que em Deimos, bem como na Lua, a parte principal das partículas de poeira paire justamente na camada perto da superfície. A formação do plasma de poeira está ligada à carga das partículas de poeira, à sua interação com a superfície carregada de Deimos e ao subsequente aumento e movimento de poeira carregada", explicou um dos autores do estudo, Sergei Popel.
As fotos da superfície de Deimos e Fobos, segundo satélite de Marte, mostram que suas superfícies estão cobertas por uma camada fina de poeira, restos de meteoritos e asteroides pequenos. Essa "miscelânea" pode facilmente se eletrizar, interagindo com o plasma do vento solar.
Ela começa a se distanciar da superfície, pairando não muito alto, o que se pode ver nas imagens do "pôr da Lua" — cortina brilhante no horizonte da lua.
Cientistas russos descreveram algumas caraterísticas do plasma da camada superficial de Deimos, calculando campos elétricos e examinando a influência da variação solar e o efeito fotoelétrico na interação entre a poeira e a superfície carregada.
O estudo concluiu que mesmo o pouso brandíssimo em Deimos gerará uma nuvem de poeira que se transformará em uma aglomeração de plasma carregada, capaz de causar falhas técnicas e elétricas nos robôs.
Cientistas ainda têm muitas questões para examinar. Entre elas se destacam o subsolo dos satélites, a interação entre sua matéria e raios cósmicos e vento solar, bem como possíveis perigos para viajantes e módulos da Terra.