Damasco espera não usar força em Idlib, mas tem direito de fazê-lo, diz chanceler sírio

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Sistemas russos S-300 durante os treinamentos bilaterais de grande escala da defesa antiaérea e da aviação da Região Militar Ocidental - Sputnik Brasil
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O fornecimento dos sistemas de defesa antiaérea S-300 russos à Síria é um "passo oportuno", declarou no domingo (30) o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Muallem, em uma entrevista ao canal russo RT.

Ele sublinhou que os sistemas de defesa antiaérea S-300 a fornecer por Moscou serão suficientes para responder às ameaças de Israel contra a Síria.

"De qualquer forma, os S-300 serão suficientes para responder a essas ameaças", sublinhou o ministro, respondendo a uma pergunta sobre as ameaças israelenses causadas pela presença iraniana na Síria.

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O chanceler declarou também que os militares iranianos se encontram no território sírio legalmente, como conselheiros militares.

"As relações sírio-iranianas não são moeda de troca. Essas relações se baseiam em uma decisão de dois Estados soberanos, que defendem sua decisão independente", afirmou Muallem.

O chanceler declarou que Damasco espera não ter que usar a força na província de Idlib, mas que tem o todo o direito de fazê-lo.

"Gostaríamos de ver a implementação desse acordo [sobre o estabelecimento de uma zona desmilitarizada em Idlib] e que o problema seja resolvido através de meios pacíficos ou da reconciliação nacional. Entretanto, o Estado tem o direito legítimo de usar outros meios para estabelecer seu poder. No entanto, não queremos ir tão longe", disse Muallem em uma entrevista ao canal russo RT.

"É um sistema defensivo na sua essência e não ofensivo, destinada a defender os céus sírios […] Quero dizer que é um passo muito oportuno e agradecemos à Rússia por seus esforços", disse ele.

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Muallem avisou também que o povo sírio não aceita o separatismo. Segundo ele, nas regiões sírias onde residem cidadãos curdos não se fala de secessão. Entretanto, os EUA instigam os curdos a atuar fora do quadro legal.

"No entanto, o perigo nesta questão é aquilo que a América está fazendo. Os EUA chegaram a essa região sem aprovação das autoridades sírias e, por isso, sua presença aqui é ilegal. Começaram a estabelecer ilegalmente suas bases militares. Por isso declaro que o problema é agravado não pelos curdos, mas pela presença estadunidense, que dá aos curdos esperança de atuar fora do quadro legal de Damasco", explicou ele.

Quanto às negociações entre Damasco e as Forças Democráticas da Síria (SDF, sigla em inglês), principalmente compostas por milícias curdas, seu início foi bem-sucedido, mas elas foram interrompidas por causa dos EUA, que aumentaram o seu apoio militar aos curdos.

"Além disso, eles atacaram os militares sírios que ficavam na região. Esse ataque foi completamente injustificado e inaceitável. Os que o realizaram devem pagar por isso", disse ele.

O chanceler sírio admitiu também que os países ocidentais criam obstáculos para o retorno dos refugiados à Síria.

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Segundo ele, o Ocidente atemoriza os refugiados sírios, declarando que, se eles retornarem, suas vidas e bens ficarão em perigo.

"Essas declarações são absolutamente infundadas. Declaro: depois do retorno, a segurança, a estabilidade e a prosperidade no futuro [são garantidas aos refugiados]", disse Muallem.

O Ministério da Defesa russo anunciou em 24 de setembro estar disposto a entregar à Síria sistemas de defesa antiaérea S-300.

A medida vem uma semana após a derrubada do Il-20 russo na Síria, causada, segundo Moscou, pelas ações de caças israelenses, que colocaram o avião russo debaixo de fogo da defesa aérea síria.

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