O professor de Relações Internacionais da UERJ, Paulo Velasco, disse que a negociação do acesso não seria a recuperação do território perdido.
"O que estava em causa ali não era se o Chile tinha que devolver território ou garantir um porto soberano a Bolívia", disse.
O processo em torno do impasse se arrasta há cinco anos, desde 2013. Na ação, a Bolívia apresentou oito pontos que considera relevantes para reabrir as negociações, incluindo acordos bilaterais, declarações e atos unilaterais.
Depois de analisar todos os elementos, a Corte determinou que "a República do Chile não contrai a obrigação legal de negociar o acesso soberano ao Oceano Pacífico para o Estado Plurinacional da Bolívia".
A Bolívia perdeu seu acesso ao mar para o Chile durante a Guerra do Pacífico, entre 1879 e 1883.
"A Guerra do Pacifico chama muito a atenção porque envolveu três países e o Chile cresceu muito à custa da perda de território da Bolívia e do Peru. Tudo isso traz efeitos até hoje porque o relacionamento diplomático do Chile com esses dois outros vizinhos é muito complicado. O Chile e a Bolívia não têm embaixadores em suas embaixadas há algum tempo", explicou Paulo Velasco.
O professor de Relações Internacionais da UERJ descarta a possibilidade de uma nova guerra na região envolvendo os dois países.
"Não acredito que esse imbróglio de tanto tempo entre Chile e Bolívia possa levar a uma guerra. A tendência é que a Bolívia continue reclamando e o Chile continue fazendo ouvidos moucos, sem se importar muito", completou.