Bolívia quer porto soberano no Chile e não devolução de território, explica especialista

© REUTERS / Mike SegarPresidente da Bolívia, Evo Morales, fala em coletiva de imprensa após discursar em sessão especial da Assembleia Geral das Nações Unidas
Presidente da Bolívia, Evo Morales, fala em coletiva de imprensa após discursar em  sessão especial da Assembleia Geral das Nações Unidas - Sputnik Brasil
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A Corte Internacional de Justiça de Haia decidiu nesta segunda-feira (1º) que o Chile não tem obrigação legal de negociar o acesso soberano ao Oceano Pacífico para a Bolívia.

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A decisão obteve por 12 votos favoráveis e 3 contrários. O presidente da Bolívia, Evo Morales, acompanhou o julgamento na Holanda.

O professor de Relações Internacionais da UERJ, Paulo Velasco, disse que a negociação do acesso não seria a recuperação do território perdido.

"O que estava em causa ali não era se o Chile tinha que devolver território ou garantir um porto soberano a Bolívia", disse.

O processo em torno do impasse se arrasta há cinco anos, desde 2013. Na ação, a Bolívia apresentou oito pontos que considera relevantes para reabrir as negociações, incluindo acordos bilaterais, declarações e atos unilaterais.

Depois de analisar todos os elementos, a Corte determinou que "a República do Chile não contrai a obrigação legal de negociar o acesso soberano ao Oceano Pacífico para o Estado Plurinacional da Bolívia".

A Bolívia perdeu seu acesso ao mar para o Chile durante a Guerra do Pacífico, entre 1879 e 1883.

"A Guerra do Pacifico chama muito a atenção porque envolveu três países e o Chile cresceu muito à custa da perda de território da Bolívia e do Peru. Tudo isso traz efeitos até hoje porque o relacionamento diplomático do Chile com esses dois outros vizinhos é muito complicado. O Chile e a Bolívia não têm embaixadores em suas embaixadas há algum tempo", explicou Paulo Velasco.

O professor de Relações Internacionais da UERJ descarta a possibilidade de uma nova guerra na região envolvendo os dois países.

"Não acredito que esse imbróglio de tanto tempo entre Chile e Bolívia possa levar a uma guerra. A tendência é que a Bolívia continue reclamando e o Chile continue fazendo ouvidos moucos, sem se importar muito", completou.

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