Reconhecimento ou estratégia: por que Israel 'testa' mísseis S-300 a partir do Líbano?

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Quatro caças israelenses F-16 invadiram o espaço aéreo libanês e voaram perto das fronteiras da Síria. Nessa conexão, o cientista político russo analisa os possíveis objetivos estratégicos de Israel.

De acordo com dados dos portais de monitoramento de aviação ocidentais, os F-16 foram vistos perto da cidade de Trípoli, no norte do Líbano. Depois de se aproximarem das fronteiras da Síria, eles mudaram de rota e prosseguiram voando em direção oposta, regressando a Israel.

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Os observadores locais não excluem que a Força Aérea de Israel estivesse testando o espaço aéreo da Síria, cuja proteção agora é garantida pelos sistemas de defesa aérea S-300 russos.  Vale destacar que, anteriormente, representantes do Ministério da Defesa da Rússia informaram que levaria aproximadamente três meses para treinar os militares sírios a lidar com esse tipo de sistemas antiaéreos.

"Consequentemente, é pouco provável que os S-300 já estejam operando na Síria. Por outro lado, os militares russos podem instalar esses sistemas em um tempo relativamente curto", escrevem os jornalistas da agência russa RiaFan.

​"Portanto, Tel Aviv aparentemente esperava descobrir se os sistemas de defesa antiaérea estão prontos para repelir possíveis bombardeios da Força Aérea de Israel", sublinham. Ao mesmo tempo, o vice-diretor do Instituto de História e Política de Moscou, Vladimir Shapovalov, afirmou à RiaFan que o reconhecimento foi certamente um dos objetivos deste voo dos F-16, e, provavelmente, o principal. No entanto, na sua opinião, Tel Aviv perseguiu outros objetivos estratégicos.

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"Por outro lado, houve também uma função de demonstração. Cabe assinalar que os aviões não se esconderam, atuaram de forma bastante aberta, fazendo um certo desafio a Moscou e Damasco", diz o especialista.

Não obstante, Shapovalov espera que Israel não ultrapasse a linha vermelha: "O deslocamento dos S-300 deve ser um sinal claro para Tel Aviv da necessidade de normalizar as relações".

Ele acredita que os eventos futuros, muito provavelmente, se desenvolverão de acordo com um cenário mais positivo, apesar dos longos anos de uma política israelense bastante arrogante.

"Até agora, Tel Aviv sempre violou grosseiramente, sem qualquer hesitação, a soberania não só da Síria, mas também dos países vizinhos, incluindo o Líbano. Israel fez isso por muitos anos (se não décadas) sem enfrentar represálias sérias por parte de Damasco ou outras forças regionais devido à desigualdade dos potenciais militares. Se aproveitando dessa situação de desigualdade, Israel se permitiu, em particular, violar impunemente o espaço aéreo dos países vizinhos", indicou.

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"Hoje, mais uma vez os israelenses demonstraram isso em relação ao Líbano, mas já não entrando no território da Síria. Tel Aviv tem provado repetidamente que o direito internacional não significa nada para ele, agindo segundo o direito do mais forte", disse o cientista político.

No entanto, Israel deve levar em conta a nova situação na região, criada após a implantação dos sistemas S-300 na Síria, adicionou.

"Os esforços políticos, diplomáticos e militares da Rússia, inclusive as entregas desses sistemas para a república árabe, serão uma barreira segura contra provocações futuras e ataques não apenas de Israel, mas também de outras forças externas. Isso, espero, deverá incentivar Tel Aviv a mudar seu curso político, abandonando as ações ilegais contra outros Estados soberanos e mudar para um qualquer formato de negociações", concluiu o especialista russo.

Assim, apesar de Israel não ter intenção de deixar de exercer pressão para evitar o fortalecimento das posições do Irã e do Hezbollah na Síria, os complexos S-300 recentemente lá instalados tornam o espaço aéreo sírio bastante perigoso para os pilotos israelenses que pretendam violá-lo.

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