"Não há dúvidas de que no Reino Unido o laboratório do Ministério da Defesa, que se situa perto de Salisbury e Amesbury, tem trabalhado com 'Novichoks'. Não seria esse o motivo por trás da recusa de Londres de agir em conformidade com o artigo IX Convenção sobre as Armas Químicas para esclarecimento desta história efêmera?", indagou o chefe da delegação russa na sessão da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), Grigory Kalamanov.
"Há declarações infundadas de que a Rússia teria motivos e oportunidades de usar o chamado Novichok em Salisbury. Ao mesmo tempo, nem o laboratório da OPAQ, nem o laboratório encarregado pelo Secretariado Técnico da OPAQ para realizar a inspeção e nem o laboratório em Porton Down simplesmente não podem estabelecer o país de origem dos agentes químicos, usados em Salisbury e Amesbury", explicou Kalamanov.
Ele afirmou também que na Rússia "nunca foi produzido ou armazenado o agente químico, denominado Novichok pelo Ocidente".
O delegado russo acrescentou também que os países ocidentais, por sua vez, estudam vários agentes químicos ligados ao chamado Novichok, sublinhando que apenas nos EUA existem mais de 140 patentes ligadas ao uso defensivo ou até em combate de agentes tóxicos desse tipo.
Em 30 de junho, duas pessoas foram internadas na cidade britânica de Amesbury, a poucos quilômetros de Salisbury. A polícia do Reino Unido anunciou que o casal teria sido tratado com um item supostamente contaminado com o mesmo agente nervoso, que teria sido usado em um ataque contra os Skripal, em Salisbury.