Suas cabeças explodiram: arqueólogos desvendam como morreram vítimas do Vesúvio (FOTOS)

© Foto / Pixabay/tiburiErupção vulcânica (imagem referencial)
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Não se sabe exatamente quantas pessoas morreram durante a erupção do vulcão Vesúvio, que enterrou as cidades de Pompeia e Herculano no ano 79. No entanto, novos detalhes dos últimos momentos das vítimas do fenômeno natural vieram à tona.

No Hospital Universitário Federico II, arqueólogos italianos analisaram ossos recuperados de 12 câmaras da linha costeira da cidade de Herculano, próxima ao vulcão.

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No decorrer da investigação, pesquisadores encontraram um estranho resíduo mineral vermelho e preto nos ossos das vítimas do vulcão. Além dos ossos, os destroços também estavam dentro dos crânios e impregnavam as cinzas ao redor e dentro dos esqueletos.

Para determinar o que exatamente era o resíduo, especialistas o analisaram usando espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado (ICP-MS) e espectroscopia Raman.

CC BY 4.0 / Petrone et al / Vítimas humanas descobertas na zona costeira de Herculano
Vítimas humanas descobertas na zona costeira de Herculano - Sputnik Brasil
Vítimas humanas descobertas na zona costeira de Herculano

Os resultados mostraram que o resíduo continha ferro e óxido de ferro, produzidos quando sangue ferve e se transforma em vapor.

"Nós mostramos pela primeira vez evidências experimentais convincentes que apontam a rápida vaporização dos fluídos e tecidos moles das vítimas devido à exposição a calor extremo", de acordo com pesquisadores.

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Vale a pena notar que uma parte do resíduo foi encontrada perto de objetos metálicos, tais como moedas e anéis, mas outra parte estava longe de artefatos de metal.

Principalmente por essa razão, os autores do estudo acreditam que o resíduo de ferro não se originou de objetos metálicos. Pelo contrário, eles opinam se tratar de restos de sangue que se desagregaram pelo calor extremo do vulcão.

As câmaras da linha costeira, acima mencionadas, deveriam ter servido de refúgio para aproximadamente 300 pessoas, mas acabaram se tornando túmulo quando um fluxo piroclástico correu contra elas a uma velocidade implacável, explicam arqueólogos.

A onda acabou matando a temperaturas entre 200°C e 500°C e a 300 km/h — eis o que realmente fez levou à morte instantânea de todos.

Ainda sobre os resultados do experimento científico, foi revelado também que a maioria dos ossos tinha danos que são característicos de cremação, o que indica que as vítimas foram expostas a calor extremo.

CC BY-SA 4.0 / Petrone et al / Resíduo mineral vermelho e preto encontrado nos ossos das vítimas do vulcão
Resíduo mineral vermelho e preto encontrado nos ossos das vítimas do vulcão - Sputnik Brasil
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Uma inspeção detalhada dos esqueletos das vítimas revelou rachaduras, evidências de explosões e escurecimento de algumas partes dos crâneos, relatam os autores do estudo.

"Tais efeitos parecem ser o resultado combinado de contato direto com o calor e o aumento da pressão intracraniana causada pelo vapor resultante da ebulição do cérebro, com a explosão do crânio como um resultado possível", explicaram.

Até hoje, o Vesúvio continua ativo e mais de três milhões de pessoas vivem nas proximidades. A última erupção do vulcão ocorreu em 1944.

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