De acordo com o presidente, ele está ciente do acordo entre Moscou e Nova Deli.
"Vocês vão ver [a nossa reação]. Mais rápido do que pensam", afirmou Trump sem entrar em detalhes de suas ameaças.
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o cientista político Stanisval Byshok explicou que os EUA sentem desconforto quando alguém opta pelos armamentos russos em vez dos deles.
"Os EUA são um dos atores principais no mercado dos armamentos, sendo assim, é claro que não se sentem confortáveis quando um país tão grande como a Índia resolve rejeitar as compras de armamento norte-americano a favor do russo", assinalou.
"Há fatores tanto econômicos, como políticos, já que os EUA se acostumaram a que todos aceitem suas propostas, mas aqui se viram rejeitados. É evidente que Trump irá introduzir sanções, relacionadas a outras áreas, por exemplo, às mercadorias indianas. Além disso, a Índia é um país com um desenvolvimento desigual, o país recebe apoio internacional ao nível da ajuda humanitária. Por conseguinte, através de seus aliados Trump pode "fechar torneira", argumentando que um país que possui programa espacial e compra armamentos russos ainda pretende receber apoio humanitário", apontou o especialista.
"Neste caso a Índia parte de duas premissas. É uma história que tem a ver com a correlação entre preço e qualidade, pois o armamento russo é conhecido por todo o mundo por sua alta qualidade e preço razoável. O segundo fator é o fator de ser uma grande potência. A Índia, passando ao estatuto de grande potência, deve se comportar de forma mais independente. Mas se ela recuar pode perder esse estatuto. Sua posição no palco internacional exige uma posição mais firme, não recuar frente à pressão dos EUA", concluiu Byshok.
No dia 5 de outubro, a Rússia e a Índia fecharam o contrato de fornecimento a Nova Deli de sistemas de defesa antiaérea S-400 no valor de US$ 5,43 bilhões (R$ 20,3 bilhões). A Índia é o terceiro comprador destes sistemas após a China e a Turquia.