O design do H-20 chinês, cujo desenvolvimento iniciou em 2008, foi inspirado no bombardeiro furtivo norte-americano Northrop Grumman B-2 Spirit. As autoridades chinesas mantêm em segredo todas as caraterísticas táticas e técnicas da aeronave. Portanto, todas as informações sobre o bombardeiro são suposições.
"Geralmente, os chineses costumam exagerar a escala de seus avanços […] contudo, desta vez eles mantêm silêncio sobre isso. Acredito que se trata de um sinal de que o gigante asiático conseguiu um resultado real no desenvolvimento do novíssimo avião", apontou.
No momento, o exército chinês dispõe em seu serviço de aviões da série H-6. O atual bombardeiro de longo alcance H-6K da Força Aérea da China é um avião modernizado e renovado da série H-6, baseada no bombardeiro soviético Tu-16.
“Chinese media have confirmed that the Hong-20, or H-20, the nation’s next generation strategic stealth bomber that has been more than a decade in the making, may take to the skies very soon.” https://t.co/ONBqqk5x4z pic.twitter.com/Oj66UpdSaE
— Jean Christopher Mittelstaedt 马奇山 (@jc_mittelstadt) 10 de outubro de 2018
De acordo com o relatório anual do Pentágono, preparado para o Congresso, a aviação de longo alcance da China não é capaz de efetuar ataques contra alvos da infraestrutura naval dos EUA no Pacífico.
"Os análogos chineses do Tu-16 […] executam funções de reconhecimento e guerra eletrônica, além disso, são portadores de bombas nucleares e mísseis de cruzeiro. Contudo, são vulneráveis perante quaisquer meios modernos de defesa antiaérea e não representam qualquer perigo para os norte-americanos", explicou Kozyulin.
De acordo com as informações da mídia, o alcance deste bombardeiro será de 12 mil km, tendo uma carga útil de 10 a 20 toneladas. O H-20 é feito pelo esquema de "asa voadora". A aeronave terá uma velocidade subsônica, ou seja, menos de mil km/h, contudo, terá vantagens furtivas. Para portar o armamento, que supostamente consistirá de bombas aéreas guiadas e mísseis de alcance variado, inclusive estratégicos, o avião utilizará seus compartimentos internos.
O H-20 contará com um motor turboélice WS-20 da corporação Chengdu Engine Group Company. Os desenvolvedores utilizaram a estrutura da asa do primeiro avião chinês de transporte pesado Y-20. Prevê-se que a aeronave seja apresentada ao público geral no ano que vem.
"Gradualmente, os chineses vêm abandonando o princípio de reprodução e cópia 'cega' de tecnologias estrangeiras. Nos últimos anos eles vêm criando seus próprios exemplares bastante originais. Contudo, carecem da experiência na criação de motores, armamentos e materiais que absorvem as ondas de rádio", ressaltou Vadim Kozyulin.
Simultaneamente, os chineses vêm aprimorando a aviação operacional e tática, utilizada para dar cobertura aos bombardeiros H-6. Além disso, a China vem avançando na criação de mísseis de cruzeiro de longo alcance que poderão cumprir missões de combate fora da zona de alcance da defesa antiaérea e antimísseis do adversário.
De acordo com os autores do portal Military Watch, o H-20 poderia atacar não somente as instalações militares dos EUA no Pacífico, mas no próprio território norte-americano também. De acordo com a edição, a criação de uma plataforma tão potente para o exército chinês fará com que a China consiga alcançar a paridade na aviação estratégica com Washington e Moscou.
"A China dificilmente estará contente com a proximidade das bases norte-americanas ao seu território. A China, como um dos líderes mundiais, precisa proteger os interesses no mar do Sul da China e […] possuir a capacidade hipotética de atacar assimetricamente os EUA. Sem a tríade nuclear completa é praticamente impossível fazê-lo, mas por enquanto a China não dispõe dela", reforça o analista.
"É provável que a China possa adotar seu novo avião em serviço em breve. Contudo, eu não teria pressa em tirar conclusões quanto a sua eficácia. Primeiro, duvido que para os radares dos EUA ele seja invisível. Segundo, um avião de nova geração tem frequentemente 'doenças de crescimento', como o demonstraram os exemplos dos F-22, F-35 e Su-57. Seu aperfeiçoamento demorará ainda muito tempo, contudo a favor da China jogam a vontade política, bem como os recursos financeiros e intelectuais consideráveis", concluiu Vadim Kozyulin.