Os dados obtidos apontam para uma quantidade extremamente baixa de poeira na superfície do objeto espacial e os cientistas ainda não sabem explicar o porquê.
"A superfície do asteroide acabou sendo ainda mais louca do que esperávamos. Tudo está coberto com blocos ásperos e cheio de pedras […] Mas o que nos surpreendeu mais foi que não encontramos em nenhum lugar acumulações de regolito […] porque as intempéries cósmicas deveriam realmente ter produzido regolito", contou Ralf Jaumann, diretor científico da missão MASCOT e especialista do Centro Aeroespacial Alemão.
A espaçonave Hayabusa-2 foi lançada ao espaço no início de dezembro de 2014 para estudar, coletar e enviar amostras do asteroide Ryugu. A espaçonave permanecerá perto do asteroide por um ano e meio e tentará tomar amostras de solo para depois as trazer para a Terra.
Além disso, a Hayabusa-2 levou ao asteroide os rovers Rover-1A e Rover-1B japoneses, batizados de MINERVA-II-1, bem como o aparelho europeu MASCOT. Os primeiros atingiram a superfície do objeto espacial no fim de setembro, o MASCOT pousou no Ryugu na quarta-feira passada.
O rover realizou com sucesso todas as tarefas científicas recolhendo os dados necessários e tirando fotos para conhecer melhor o asteroide. Após analisar as amostras, os cientistas descobriram várias caraterísticas novas e misteriosas do Ryugu.
Além disso, a matéria do asteroide possui uma densidade menor comparada com meteoritos parecidos, os chamados condritos, periodicamente encontrados na Antártida e Austrália.
Pesquisadores esperam que os dados recolhidos pelo rover ajudem a resolver os enigmas e obter uma compreensão melhor sobre como era a matéria original do Sistema Solar.