Neste Outubro Rosa, mês de luta contra o câncer de mama, muitas mulheres começam a pesquisar sobre o tema e ainda se deparam com as fake news em circulação. O quadro, segundo especialistas, vem dificultando o tratamento correto dessa e de outras doenças.
Sputnik Brasil conversou sobre o tema com a vice-presidente do Cremerj — Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, a obstetra e ginecologista Célia Regina Silva.
Segundo ela, que trabalha tanto no setor público e privado, as fake news realmente dificultam o tratamento. Por exemplo, muitas pacientes têm receio que a mamografia poderia causar lesões e mesmo câncer. Essa informação, além de errada, acaba sendo motivo para adiar a mamografia, o que é uma péssima ideia no caso de uma doença que pode ser fatal, mas cuja detecção precoce oferece um altíssimo percentual de cura.
"Estamos vivendo um tempo de muitas fake news. A preocupação nossa é fazer o diagnóstico mais precoce possível. Isso faz com que haja cura em 98% dos casos e com cirurgias menos agressivas", afirmou a especialista.
Entre outras fake news em atual circulação, destacou a médica, estaria a suposição de que a mamografia poderia afetar a tireoide.
"A exposição ao raio uma vez por ano é mínima. Não vai afetar a saúde de maneira alguma", alertou ela.
Além disso, algumas notícias afirmam que o risco de câncer de mama só ocorre depois dos 50 anos de idade. A doutora alerta que isso também é uma notícia falsa. Apesar da porcentagem de casos realmente ser maior em mulheres acima dos 50, casos ocorrem em todas as faixas etárias.
"Observamos também câncer de mama em mulheres mais jovens. Ainda não é um percentual muito grande, mas estamos observando uma mudança. Essa média de idade está baixando. Então é importante manter avaliação periódica com ginecologista e, o mais importante, cuidar da qualidade de vida", recomendou a Dra. Célia Regina Silva.