A reportagem foi publicada na manhã desta quinta-feira (18) pelo jornal Folha de São Paulo.
A denúncia de ilegalidade caiu como uma bomba sobre a campanha eleitoral de 2018, que já se encaminha para os finalmentes com a aproximação do segundo turno, em 28 de outubro.
A jornalista que assina a matéria da Folha de São Paulo, Patrícia Campos Mello, no entanto, passou a receber ataques de apoiadores de Jair Bolsonaro nas redes sociais.
Entre as mensagens mais agressivas, diversas citavam tags ofensivas com palavrões e um vídeo editado de 7 segundos usando um trecho de uma entrevista com a jornalista.
O correspondente internacional da Globo News Guga Chacra saiu em defesa da jornalista, que denunciou os ataques que vem sofrendo:
A @camposmello é uma das grandes repórteres desta geração. Já fez reportagens em zonas de guerra no Afeganistão, Síria, Iraque e Gaza. Cobriu a epidemia do ebola in loco em Serra Leoa. Foi correspondente em Washington. E faz uma ótima cobertura da eleição brasileira na @folha
— Guga Chacra 🇧🇷🇺🇸🇱🇧🇮🇹🇦🇷 (@gugachacra) 18 de outubro de 2018
"Obrigada, Guga. Muito obrigada. Está circulando um vídeo fake news sobre mim, com uma edição desonesta, que corta na metade uma frase que eu disse. Eh bom ter profissionais como você defendendo o jornalismo", escreveu Patricia.
Durante toda a quinta-feira (18), a hashtag #Caixa2deBolsonaro foi o assunto mais comentado no mundo dentro do Twitter. O termo repercute a reportagem da Folha de São Paulo e a possibilidade de caracterização de crime de Caixa 2.
Ao final da tarde, a hashtag #MarqueteirosdoJair também figurou entre os assuntos mais citados da rede social, repercutindo reação de apoiadores de Bolsonaro.
Mauro Paulino, diretor do DataFolha, cujas pesquisas eleitorais estão entre as mais repercutidas e respeitadas no Brasil, chegou a comentar o assunto, relacionando as diferenças entre as últimas pesquisas eleitorais e o resultado das urnas durante o primeiro turno.
PESQUISAS ELEITORAIS evidenciaram a impulsão da onda nos momentos finais. RJ, MG e DF são claros exemplos. Ao se comparar as fotos das vésperas, registradas por Ibope e Datafolha, em comparação com a foto das urnas, o fenômeno é claramente explicitado. https://t.co/BGzWxXFssU
— Mauro Paulino (@MauroPaulino) 18 de outubro de 2018
Tanto Bolsonaro quanto Haddad se manifestaram sobre a denúncia. O candidato do PSL chegou a falar em "apoio voluntário" em suas redes sociais na tentativa de negar as acusações.
Apoio voluntário é algo que o PT desconhece e não aceita. Sempre fizeram política comprando consciências. Um dos ex-filiados de seu partido de apoio, o PSOL, tentou nos assassinar. Somos a ameaça aos maiores corruptos da história do Brasil. Juntos resgataremos nosso país!
— Jair Bolsonaro 1️⃣7️⃣ (@jairbolsonaro) 18 de outubro de 2018
Já Fernando Haddad (PT) deu diversas entrevistas durante o dia afirmando que levará o caso adiante e apresentará uma denúncia à Polícia Federal. O candidato afirmou que há uma tentativa de fraude eleitoral:
Estamos diante de uma tentativa de fraude eleitoral. O esforço do Bolsonaro era pra liquidar já no primeiro turno. Ele contava que viraríamos a página e isso tudo não seria apurado. O que está hoje nos jornais não são indícios, são provas. Não estamos falando de suposições.
— Fernando Haddad 13 (@Haddad_Fernando) 18 de outubro de 2018