Em 16 de outubro, Tareck El Aissami, vice-presidente da área econômica do país, declarou que a Venezuela está abandonando o dólar nas transações internacionais e vai passar a usar euros e yuans.
Raúl Peñaloza, professor de economia venezuelano e investigador do Сentro de Estudos da Realidade Econômica, comentou à Sputnik Mundo o que está por trás dessa decisão do governo de Nicolás Maduro.
"É uma medida que já tardava e que é consequência dos ataques que a economia nacional recebe dos EUA", opinou o especialista.
"Passar para um sistema alternativo europeu ou asiático seguro fará o comércio fluir com muito mais facilidade e terá efeitos positivos em muito curto prazo", revelou o analista.
Segundo Peñaloza, a medida pode também diminuir a dependência tecnológica venezuelana dos EUA.
"O mercado venezuelano passará a olhar para mercados como o europeu e o asiático, onde se adquirirão tecnologias, bem como peças de reposição e suprimentos", acrescentou ele.
Quanto a alguns obstáculos ligados à decisão de abandonar o dólar, o mais evidente é a necessidade de deixar de usar as contas bancárias localizadas nos EUA ou geridas por intermediários norte-americanos.
A decisão de abandonar o dólar foi adotada em meio às medidas de pressão introduzidas por Washington contra Caracas, que, segundo El Aissami, "bloqueiam a possibilidade de continuar negociando com o dólar americano no mercado de câmbio venezuelano".