Em 2014, durante duas semanas, ela participou de testes na estação de pesquisa marciana no deserto de Utah, nos EUA, e é a única representante da Rússia.
Em entrevista à Sputnik China, Stepanova confessou que, desde a infância, seu sonho é viajar pelo espaço sideral por influência de seu pai aficionado por ficção científica. Em sua opinião, os humanos são mais versáteis e devem substituir os robôs para acelerar a exploração espacial.
Quanto às exigências em relação à saúde, a possível futura colonizadora de Marte afirma que a viagem para o espaço é precedida de treinamento físico diário, resistência e ausência de doenças crônicas. Além disso, é preciso ser boa em física, matemática, história, cultura e literatura.
Segundo Stepanova, o principal desafio para colonizadores é localizar e usar recursos do planeta de modo sustentável para que as pessoas possam viver em seus territórios no futuro.
"À medida que a colônia for crescendo, novas equipes chegarão para construir novos módulos, então será possível pensar na agricultura. Mas, com certeza, as primeiras colônias comerão alimentos liofilizados da Terra e não cultivarão hortaliças em estufas marcianas", acrescentou.
Em relação à instalação de base em Marte e o impacto da radiação, a russa disse que, apesar do Planeta Vermelho ter atmosfera fina e esparsa, o quadro não é demasiado hostil e que as pessoas receberão a dose de radiação na faixa normal.
Ela também demonstrou predileção pelo módulo e estações com camadas de gelo.
"A água é uma boa isoladora de raios cósmicos, da luz solar e da radiação. Portanto, as camadas de gelo, que se encontram em excesso em Marte, podem servir como uma boa proteção", destacou.
Ao longo da viagem de 7 a 8 meses da Terra a Marte, Stepanova pretende se manter ativa como os cosmonautas da Estação Espacial, enfatizando o treinamento em microgravidade para se preparar para o pouso.
E, quando perguntada sobre o que faria se encontrasse um alienígena, ela disse que manteria a calma, não faria movimentos bruscos sem demonstrar pânico ou hostilidade e tentaria se comunicar através de gestos.
O projeto Mars One liderado por Bas Lansdorp tem o propósito de voar para Marte e estabelecer uma colônia no planeta, a partir do qual se pretende transmitir a rotina do dia a dia dos pioneiros para a televisão. Anastasiya Stepanova faz parte da primeira tripulação que estava com voo programado para 2025, o qual foi adiado por tempo indeterminado.