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Em entrevista, Bolsonaro diz que indicará Moro para o STF ou Ministério da Justiça

© REUTERS / Ricardo Moraes/PoolJair Bolsonaro coloca seu voto no segundo turno das presidenciais no Brasil, em 28 de outubro de 2018
Jair Bolsonaro coloca seu voto no segundo turno das presidenciais no Brasil, em 28 de outubro de 2018 - Sputnik Brasil
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Um dia após ser eleito próximo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) concedeu uma entrevista exclusiva para a TV Record. Ele comentou o telefonema com Donald Trump, a revisão do porte de arma, direitos de minorias e de movimentos sociais.

Ao ser perguntado pelo repórter quem Bolsonaro pretende indicar para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o futuro presidente mencionou o nome de Sérgio Moro.

"Eu pretendo não só para o Supremo como também para o Ministério da Justiça. Preciso saber se há interesse da parte dele. Com toda certeza será uma pessoa de extrema importância em um governo como o nosso", disse.

Estatuto do Desarmamento e porte de arma de fogo

Ao falar sobre as medidas que tomará em seu governo, Bolsonaro disse que vai flexibilizar o Estatuto do Desarmamento. 

"A orientação nossa é que efetiva necessidade é o próprio estado de violência do Brasil. Nós estamos em guerra. O que queremos mexer na lei é diminuir de 25 para 21 anos de idade e mais ainda dar o porte definitivo para o cidadão. Nós não podemos ter que de 3 em 3 anos rever o porte de arma do cidadão. Nos não podemos criar um encargo para quem quer ter arma dentro da sua casa para defender a integridade da sua família", afirmou.

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Além da mudança do Estatuto do Desarmamento, Bolsonaro disse que também vai flexibilizar o porte de arma e quem matar ao reagir a um crime não será punido.  

"O porte de arma de fogo tem que ser flexibilizado também. Você casa isso com o excludente de ilicitude, o tiro em defesa da vida própria, e pode ter certeza que a bandidagem vai diminuir. Um caminhoneiro armado que reagir quando alguém estiver furtando seu estepe, vai dar um exemplo para a bandidagem que ele atirou, o elemento foi abatido em legitima defesa e ele vai responder, mas não vai ter punição. Isso vai diminuir a violência no Brasil com toda certeza", disparou.

Direitos de minorias e movimentos sociais

Ao falar sobre o direito de minorias, Bolsonaro questionou a existência delas e disse que todos serão tratados iguais.

"Qual o direito de tais minorias? Todos nós somos iguais. Não podemos pegar certas minorias e achar que elas têm superpoderes e são diferentes das demais", comentou.

Bolsonaro manteve o tom da campanha e disse que movimentos sociais que invadirem propriedades serão "tipificados na lei anti-terrorismo".

"Temos que ter uma legislação bastante dura, qualquer invasão seja pelo MST ou MTST tem que ser tipificada por terrorismo. (…) Movimento social que invade e depreda não tem que se conversar com ele. Hoje em dia um fazendeiro vive aterrorizado. Por isso que eu quero armar o fazendeiro", afirmou.

Política externa e Mercosul

Bolsonaro também repercutiu a declaração do seu futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, que disse que o Mercosul não sera prioridade no futuro governo.

"O Mercosul tem sua importância, mas está supervalorizado. Foi bem gestado lá atrás, mas na gestão do PT foi super ideologizado".

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O futuro presidente defendeu a saída imediata da Venezuela do bloco, mas descartou uma intervenção militar no país vizinho neste momento.

"Da nossa parte não existe isso daí, o Brasil sempre vai buscar a via pacífica para resolver esses problemas".

Ainda neste ano, Bolsonaro disse que irá aos Estados Unidos junto de sua equipe para conversar com o presidente Donald Trump sobre comércio bilateral e sobre a área de defesa.

"Foi uma conversa um pouco mais demorada, mas vamos aprofundar essa conversa com um futuro contato. Com toda certeza pretendo ir aos Estados Unidos no corrente ano e levarei a minha equipe: meu vice-presidente General Mourão e o Coronel João Heleno para que a pauta militar fique com eles, mas para a área comercial irá o Paulo Guedes. Nós temos muito que ampliar o nosso comércio sem desmerecer o comércio com outros países do mundo".

A vitória de Bolsonaro foi confirmada na noite deste domingo (28). Ele obteve 55,13% dos votos válidos contra 44,87% do petista Fernando Haddad.

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