"Estes organismos sintéticos permitirão verificar duas teorias-chave sobre as etapas mais importantes da evolução de vida — a transição do RNA para o DNA e a transição das células procariontes para eucariotas com mitocôndrias", comentou o cientista Peter Schultz, um dos autores do estudo.
Os eucariotas são todos os seres vivos (humanos, animais, fungos e plantas) com células eucarióticas que têm um núcleo complexo rodeado por vários organelos, diferenciando-se dos organismos unicelulares procariontes. Cientistas acreditam que os eucariotas apareceram quando seus ancestrais "assimilaram" várias bactérias e arqueias.
Hoje em dia, acredita-se que a "assimilação" de mitocôndrias foi um passo-chave na evolução dos "nossos ancestrais" unicelulares e teve lugar nas primeiras etapas deste processo.
Schultz e seus colegas criaram o primeiro "instrumento" que permite verificar esta teoria e entender como as bactérias conseguiram penetrar e sobreviver dentro das células dos nossos ancestrais. Para isso, eles transformaram radicalmente o DNA de uma bactéria bacilar.
No futuro, os cientistas planejam mudar o genoma da bactéria bacilar ainda mais, para que seja mais parecido com mitocôndrias reais. Novos experimentos, acreditam Schultz e seus colegas, ajudarão a entender quando e como os ancestrais das bactérias começaram a usar esta simbiose.