Na realidade, a medida amplia o tempo da permanência dos militares na área, cujo decreto de GLO terminou nesta terça-feira. O uso das Forças Armadas e programas de interiorização por parte do governo federal até o momento se mostram eficientes para resolver a questão?
"Ficou mais organizado", explicou o jornalista. "Já na fronteira mesmo, junto com a Polícia Federal, o exército ajuda na acolhida [dos refugiados], na emissão de documentos, junto à Acnur".
"O trabalho do exército é muito importante e muito válido aqui", acrescentou.
"Foi uma decisão acertada. Essa situação na Venezuela não vai acabar tão cedo e vai ser um problema para o próximo presidente. Então acredito que essa equipe de transição deveria tratar desse assunto. O povo de Roraima acredita que o governo de Michel Temer não deu atenção devida ao assunto na hora certa. Quando se enviou o exército, o número de venezuelanos já era muito alto. Acredito que o novo presidente deve tratar esse tema com mão de ferro", concluiu Márcio Coelho.
O professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Roraima, em Boa Vista, João Carlos Jarochinski Silva, também não considera a decisão como algo negativo. A situação da segurança no estado ainda está instável, e as Forças Armadas oferecem muitos serviços na região e gozam de legitimidate junto à posição local. Dessa forma a violência foi freada.
"Nesse aspecto foi importante a presença das Forças Armadas, que possibilitaram um cenário de apaziguamento. Que não foi completo, pois há um cenário de violência. Mas pelo menos nas regiões dos abrigos e de atuação efetiva do Estado brasileiro não foram registradas grandes ocorrências. Então foi algo relativamente bem-sucedido. Possibilitando inclusive uma garantia maior para as organizações da sociedade civil que atuam nessa área e para organizações internacionais", disse o professor.
Para ele, no entanto, nunca pode-se esquecer que essa medida é extrema e configura um "remédio amrgo" para o projeto de segurança no estado e no país.