O embaixador dos EUA em Bruxelas, Gordon Sondland, expressou uma "ameaça flagrante" ao empreendimento russo-europeu Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), que deverá entregar gás diretamente para a Alemanha através do Mar Báltico. O Der Spiegel reportou que o diplomata prometeu um "empurrão contra quaisquer projetos de energia que entrem em conflito com os interesses dos EUA" por meios diplomáticos ou "medidas mais fortes".
Os Estados Unidos fizeram várias tentativas para impedir a implementação do projeto Nord Stream 2, criticando a dependência da Alemanha em relação ao combustível russo. Washington chegou a incorpoar uma provisão para neutralizar a construção do gasoduto com possíveis sanções. Enquanto isso, alguns especialistas apontam que os EUA desejam aumentar suas exportações de gás natural liquefeito para a União Europeia e Ucrânia, que podem sofrer quedas de receita de trânsito se a Linha 2 se tornar operacional, bem como uma perda de 2 a 3% do PIB.
No entanto, Gordon teria negado que sua posição poderia ter algo a ver com o desejo de Washington de vender mais gás natural liquefeito (GNL) para a Europa. No entanto, ele se disse "satisfeito" com os planos recém-anunciados do governo alemão para financiar a construção de um terminal de GNL na Alemanha.
Um deputado alemão representando o Die Linke, Andrej Hunko, disse que as declarações constituem um "ato ultrajante" se a reportagem se mostrar correta. Ele insiste que a Alemanha não deve gastar milhões no financiamento do gás dos EUA, o que é extremamente prejudicial para o meio ambiente.
O Nord Stream 2 é uma joint venture entre a gigante de gás russa Gazprom e cinco empresas europeias. O objetivo do projeto é fornecer 55 bilhões de metros cúbicos de gás natural russo anualmente diretamente para a União Europeia em todo o Mar Báltico.