As fases do gelo diferenciam de acordo com a forma dos átomos em seus cristais. Cada aumento em número (I, II etc.) de gelo corresponde ao aumento na pressão necessária para formar essa fase.
O Gelo VII ficou conhecido em março, quando foi descoberto preso dentro de diamantes que se formavam a mais de 600 quilômetros debaixo da superfície terrestre. Foi a primeira vez que esse tipo de gelo foi visto fora de um laboratório.
Especialistas do Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL), nos EUA, demonstraram como a água se transforma em Gelo VII, processo conhecido como "nucleação", o que ajuda a explicar como se forma esta fase exótica de gelo em planetas oceânicos.
Em suas simulações, os físicos descobriram que o Gelo VII é formado inicialmente em grupos de 100 moléculas antes de se espalhar rapidamente pela amostra.
Supõe-se que este novo estudo ajude os exobiólogos que buscam vida em planetas distantes, que são cobertos por água, escreve o jornal Physics Central. Embora a água seja a base necessária para a vida na concepção humana, em alguns casos extremos os fenômenos astrofísicos podem levar a um cenário em que a maior parte dos oceanos de um planeta se converte em Gelo VII e, assim, impedir o surgimento de vida.
"A água nesses mundos oceânicos, que são bombardeados por outros corpos planetários, como meteoros ou cometas, sofre intensas mudanças pelas quais a vida não consegue sobreviver", afirmou Jonathan Belof, físico da LLNL.
"A onda de choque lançada por explosões desses eventos em escala planetária pode comprimir a água a uma pressão de mais de 10 mil vezes em comparação com a superfície da Terra e fazer com que a água se transforme no Gelo VII", concluiu.