Os maiores bancos avisam que o mercado entrou em uma fase de alta volatilidade e a economia global poderia entrar em uma crise grave já em 2020.
Por que as bolsas estão em queda?
Segundo a analista Natalia Dembinskaya, a instabilidade atual nos mercados de ações globais seria causada por várias razões. Entre elas estão as notícias sobre a possível saída da Itália da UE, bem como o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado da Arábia Saudita em Istambul.
"Mas a razão mais importante são os receios dos investidores ligados ao aumento das taxas de juro nos EUA e ao agravamento das relações comerciais entre Washington e Pequim", explicou Dembinskaya.
Segundo o The Wall Street Journal, "as preocupações que a economia dos EUA esteja à beira do superaquecimento causou um aumento do rendimento das obrigações e uma enorme onda de volatilidade no mercado de valores".
O pior está por vir?
Segundo os analistas do famoso banco estadunidense JP Morgan Chase, o verdadeiro colapso nas bolsas dos EUA está por vir. O mercado cairá devido à proliferação dos fundos passivos. Antes da crise de 2008 os investimentos passivos – uma estratégia que implica a intervenção mínima do investidor na carteira de investimentos – constituíam menos de 30% dos investimentos ativos, enquanto atualmente representam 80%.
Se a venda massiva das ações continuar e os preços das ações caírem mais 10% no quarto trimestre deste ano, a economia dos EUA poderá perder cerca de 0,75% do PIB.
Segundo o JP Morgan Chase, uma nova crise global poderia rebentar em 2020. Prevê-se que ela não seja tão destruidora como em 2008, porque o valor dos ativos dos mercados emergentes é muito mais baixo que antes da última crise.
Por conseguinte, a crise em uma economia, até dos EUA, não causaria uma reação em cadeia descontrolada. Os calotes soberanos se tornariam de menor escala e mais isolados e não causariam consequências devastadoras para todo o mundo, concluiu Dembinskaya.