Numa coletiva de imprensa em Berlim, a secretária geral do partido da União Democrata Cristã (CDU) da Alemanha, Annegret Kramp-Karrenbauer concentrou-se especificamente no porquê deve ser a próxima líder da CDU, dizendo que a era de Angela Merkel estava chegando ao fim.
"Este é o fim de uma era com a qual associo muitas relações e experiências pessoais. Mas essa era acabou, e tal era não pode ser continuada nem invertida. A questão decisiva é o que você faz com o que herdou", enfatizou Kramp-Karrenbauer.
Dirigindo-se às próximas eleições, Kramp-Karrenbauer advertiu quanto aos riscos de uma campanha divisiva para conquistar o comando da CDU. Para ela, a legenda "quer continuar a ser um partido que valoriza a ligação acima da divisão".
Nesse sentido, ela tocou nas repercussões políticas da decisão de Merkel de abrir a fronteira da Alemanha com a Áustria em setembro de 2015 e deixar entrar refugiados, um movimento que divide opiniões entre os membros da CDU.
"Se você acha que pode debater e reverter o que aconteceu em 2015, temos que ser honestos […] e dizer: o que aconteceu em 2015 é uma realidade, é um fato. O segundo ponto, e temos que deixar isso bem claro, é que é muito cedo para analisar a questão e nós trabalhamos para garantir que o que aconteceu em 2015 não volte a acontecer”, destacou.
"Nós, na Alemanha, vivemos numa Europa aberta, vivemos no espaço Schengen, e é nossa tarefa decidir como este espaço Schengen pode ser concluído. Como pode criar segurança interna, garantir a liberdade interna, mas organizar a segurança externa? A questão de como nos proteger dos criminosos não pode ser respondida apenas na Alemanha ", concluiu.
No final de outubro, Merkel anunciou que não participaria da disputa pela liderança da CDU em dezembro. Além disso, ela confirmou que pretendia deixar o cargo de chanceler federal em 2021. Ela revelou que tomou a decisão antes do recesso de verão do parlamento.