No artigo publicado no semanário Voenno-Promyshlenny Kurier, o vice-presidente da Academia das Ciências de Mísseis e Artilharia Russa, Konstantin Sivkov, afirma que um sinal claro de que os EUA estariam prontos para um ataque seria a retirada do seu embaixador e dos funcionários da missão diplomática.
Segundo o analista, essas ações dariam à Rússia tempo para implementar medidas preventivas, tais como um ataque preventivo com armas não nucleares contra os lugares de baseamento dos mísseis balísticos e de cruzeiro apontados para a Rússia. Para realizar essas medidas, Moscou poderia usar sistemas Kalibr, X-101 e Kinzhal.
Tendo em consideração a saída dos EUA do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), Sivkov propôs desenvolver e entregar ao exército mísseis de médio alcance com ogivas nucleares para ampliar o potencial russo da contenção nuclear. De acordo com o analista, a existência de projetos soviéticos nesta área permitiriam criar tal arma rapidamente e com baixo custo.
Datado de 1987, o Tratado INF previa a eliminação dos mísseis balísticos e de cruzeiro, nucleares ou convencionais, cujo alcance estivesse entre 500 e 5.500 quilômetros.
Em 20 de outubro deste ano, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que seu país abandonaria o Tratado INF, alegando supostas violações do documento pela Rússia. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, por sua vez, disse que a Rússia tem dúvidas sobre o cumprimento do acordo por parte de Washington. Moscou aponta que os EUA têm nas suas bases militares na Polônia e Roménia instalações capazes de lançar mísseis de cruzeiro do tipo Tomahawk, o que contradiz o tratado.