Trata-se de vinte anos de descaso institucional em lidar com o aumento de casos de câncer, mas no início do segundo semestre de ano foi criada uma comissão especial, que pode vir a provar que os sérvios sofrem de câncer cerebral, doenças dermatológicas inexplicáveis e tumores malignos que não surgiram por acaso.
"Em Vranje, das 40 pessoas que tiveram contato direto com o solo contaminado pelo urânio, 10 já morreram e a maioria das mortes foi causada por tumores malignos. Muitas pessoas, que estiveram nas zonas infectadas, têm problemas de pele, tais como eritema e erupções ulcerosas de etiologia desconhecida", diz chefe da Comissão Investigativa dos Bombardeios da OTAN, Darko Laketic, à Sputnik Sérvia.
Ele acrescenta que na aldeia de Borovac, atingida por ataques aéreos da OTAN com uso de bombas de urânio empobrecido, três dos 300 habitantes, ou seja, 1% da população, sofrem de câncer cerebral. De acordo com Darko Laketic, o objetivo principal de hoje é analisar relação causa-efeito e classificar os relatórios médicos para "prevenção, detecção e tratamento do câncer nos estádios iniciais nas regiões necessárias".
Alguns cientistas acreditam que esta situação é atribuída ao uso de urânio empobrecido pela OTAN e apontam para a prevalência de leucemia e linfoma na Sérvia, tipos de tumores cancerígenos mais sensíveis à radiação ionizante. Outros especialistas notam não haver provas de uma relação entre o aumento de incidências e o urânio empobrecido, visto que a quantidade de casos de câncer está aumento por todo o país, e o urânio empobrecido possui um alcance limitado. O primeiro relatório da comissão sérvia dedicado às consequências de bombardeios da OTAN será publicado em 2020.