O ex-chefe do Estado-Maior das Tropas Estratégicas de Mísseis da Rússia, tenente-general Viktor Esin, explicou em entrevista ao jornal Zvezda por que o sistema automatizado de controle de golpe nuclear Perimetr ou "Mão Morta" pode perder a sua eficácia no caso de um conflito militar.
Segundo o tenente-general, se os mísseis norte-americanos forem instalados perto das fronteiras russas depois da saída dos EUA do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (Tratado INF), o país enfrentará uma grande ameaça. A Rússia se vê desta forma empurrada a passar da doutrina de golpe de resposta para a doutrina de ataque preventivo.
Segundo o general, o posicionamento de mísseis americanos na Europa permite aos EUA lançar um ataque que deixará a Rússia desarmada, perdendo os centros de controle do país e das Forças Armadas.
O especialista militar Viktor Litovkin comentou ao serviço russo da Rádio Sputnik as capacidades da defesa russa no caso de um potencial ataque.
"A defesa contra mísseis de médio e curto alcance, se os norte-americanos os posicionarem no continente europeu, não se limitará ao sistema Perimetr. Há muitos outros sistemas: podem ser nossos mísseis de cruzeiro da classe Kalibr, mísseis tático-operacionais Iskander, mísseis ar-terra X-101", declarou Litovkin, acrescentando que há inúmeros meios que podem resistir aos mísseis norte-americanos na Europa.
Em 20 de outubro, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que seu país abandonaria o Tratado INF, alegando supostas violações do acordo pela Rússia. Mais tarde, o presidente estadunidense acrescentou que os EUA aumentarão suas capacidades nucleares até que os outros países, como a Rússia e a China, "retomem a razão".