De acordo com especialistas, essa exceção pode dar lugar à construção de uma rodovia entre o Irã e o Afeganistão, por onde serão transportados produtos alimentícios e medicamentos que não estão na lista dos bens sancionados imposta por Washington, algo que desempenharia um papel fundamental no desenvolvimento das exportações não petrolíferas iranianas a países da Ásia Central e Sul, fora do golfo Pérsico.
"O Chabahar é o único porto localizado fora do golfo Pérsico que tem saída ao oceano, algo que é de importância estratégica para o Irã", indicou.
O analista destacou que, caso um trem passe pelas regiões de Zahedan e Khorasan do Sul até o Afeganistão e Turcomenistão, um impulso será dado na economia das localidades iranianas de Bandar Abbas, Hormozgan, e ao sul da região de Kerman, Sistan e Baluchistan.
"Estes países competem a nível regional, portanto, o Chabahar não é apenas importante do ponto de vista estratégico", assinalou Mollazehi.
Por sua vez, outro analista, Reza Rezajah, frisou que os investidores, em particular, da Índia, consideram o Chabahar uma "medida de realização das aspirações duradouras, assim como uma ferramenta estratégica em sua competência com a China".
O especialista afirmou que "poderia parecer que os EUA obstruem o desenvolvimento do porto, mas não é assim. Se fosse assim, a Índia não teria investido no projeto", acrescentou.
De acordo com Rezajah, Washington prefere permitir que a Índia trabalhe no Chabahar devido à presença da China no Gwadar. O mais importante para os EUA é impedir que Pequim e países da Europa ganhem o controle do porto.
"Deste ponto de vista, pode-se dizer que os EUA deram luz verde à Índia para investir no Chabahar", ressaltou.