Essa informação foi comunicada pelo jornal austríaco Die Presse, citando fontes no Ministério da Defesa da Áustria.
De acordo com a edição, o ex-militar confessou ter recebido 300 mil euros (quase 1,3 milhões de reais) da parte russa pela sua atuação como espião. O jornal destaca que o coronel suspeito tinha trabalhado por muito tempo no aparelho central do Ministério da Defesa austríaco, nomeadamente no Departamento de Planejamento Estruturado, e poderia ter conhecimento sobre o conteúdo das negociações ao mais alto nível e o tipo de relacionamento entre os quadros superiores da entidade.
Mais cedo hoje, o chanceler russo Sergei Lavrov falou pelo telefone com sua homóloga austríaca, Karin Kneissl, debatendo eles as relações bilaterais entre os dois países e o caso da detenção do alegado espião, informou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Assim, Kneissl "revelou os motivos que obrigaram Viena a tomar esta decisão e expressou sua esperança de que os passos realizados não se repercutam no desenvolvimento da cooperação bilateral", sublinha o comunicado.
Já o chefe da diplomacia russa, por sua parte, revelou que "a prática de apresentar acusações infundadas contradiz as normas internacionais de diálogo e é inaceitável". Aliás, o titular da pasta destacou que "qualquer preocupação deve ser discutida através dos canais de comunicação existentes e se baseando em fatos".
Mais cedo, em 9 de novembro, a edição Kronen Zeitung informou que o ex-coronel das Forças Armadas da Áustria Alfred Redl havia sido detido por suspeita de espionar por 20 anos a favor da Rússia. Segundo os dados da mídia austríaca, o militar coletava para a Rússia informações sobre a Força Aérea do país, sistemas de artilharia, crise migratória, assim como dados detalhados sobre militares austríacos de alta patente. O chanceler Kurz confirmou os relatos da mídia e disse que, frente às informações, a chefe da diplomacia austríaca, Karin Kneissl, tinha cancelado sua visita à Rússia.