Como Arábia Saudita teria arquitetado assassinato de inimigos iranianos? Mídia dá detalhes

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Riad, capital da Arábia Saudita - Sputnik Brasil
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Funcionários da inteligência saudita próximos ao príncipe herdeiro do país, Mohamed bin Salman, discutiram no ano passado com um grupo de empresários o possível uso de empresas privadas para assassinar inimigos iranianos do reino árabe, informou no domingo (12) The New York Times, citando fontes anônimas familiarizadas com essas conversações.

Segundo o jornal norte-americano, o general-major saudita, Ahmed Al-Assiri, que teria ordenado o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, participou de uma série de reuniões em março de 2017 em Riad com empresários aos quais teria sido proposto um plano de US$ 2 bilhões (R$ 7,5 bilhões) para usar agentes privados da inteligência para sabotar a economia iraniana.

Durante um encontro, os principais assessores de Al-Assiri teriam indagado a possibilidade de assassinar Qasem Soleimani, chefe das forças especiais da Guarda Revolucionária iraniana, que é considerado um dos principais inimigos da Arábia Saudita.

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De acordo com The New York Times, a reunião foi organizada por George Nader, empresário libanês-norte-americano e conselheiro do príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed Al-Nahyan, que teria se reunido previamente com Bin Salman e apresentado um plano contra o Irã aos funcionários da Casa Branca da administração de Trump.

Mais um participante teria sido Joel Zamel, político estratégico israelense. Segundo a publicação, os empresários viram o plano contra Teerã como possível fonte de investimentos e como um modo de paralisar o país considerado "uma ameaça profunda".

De acordo com as fontes anônimas do jornal, os funcionários sauditas comentaram que estavam interessados em assassinar altos funcionários iranianos mediante "operações letais". No entanto, a seguir, os empresários teriam consultado seus advogados e decidido não participar.

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George Nader teria sugerido a todos que realizassem o negócio, recorrendo a uma empresa sediada em Londres e dirigida por ex-membros do serviço de inteligência britânico.

Tanto o governo saudita como os advogados de Nader e de Zamel se negaram a comentar a suposta reunião.

No dia 2 de outubro, o jornalista Jamal Khashoggi, severo crítico do sistema de governo de Riad, foi assassinado dentro do consulado saudita em Istambul. A Turquia alega ter gravações e provas documentais da tortura seguida de assassinato e desmembramento do colunista, com anuência de autoridades diplomáticas e sob as ordens de Riad.

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