O ministro da Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, afirmou em entrevista ao jornal Handelsblatt que a Europa deve se tornar um "império", semelhante aos Estados Unidos e à China.
Há poucos dias, o presidente da França, Emmanuel Macron, ressaltou que a Europa enfrenta inúmeras tentativas de interferência em seus processos democráticos internos e no ciberespaço e propôs a criação de um "exército europeu" independente de Washington. A iniciativa foi classificada como "muito ofensiva" pelo líder norte-americano, Donald Trump.
Nessa conexão, o especialista em história mundial da Academia de Ciências da Rússia, Yevgeny Osipov, avaliou em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik as ideias dos políticos franceses.
"A ideia geral é clara: as declarações de Le Maire correspondem ao que Macron está falando nas últimas semanas, bem como outros políticos europeus. Trata-se de a União Europeia dever se tornar uma força política autossuficiente, não só econômica, para poder desempenhar um papel independente na arena mundial — da mesma forma que os EUA, a China e a Rússia. Ou seja, se converter em um centro de poder", enfatizou.
O especialista indicou que "os políticos europeus, quando comparam a Europa com os EUA, dizem que é necessário criar os Estados Unidos da Europa, isto é: um poderoso Estado federal unido, cujas partes não vão opor-se umas às outras em cada assunto, mas serão uma entidade única, inclusive em questões da política exterior", concluiu.
Os políticos europeus propõem regularmente a criação de um exército comum da União Europeia. Por exemplo, o comissário europeu de Economia Digital e Sociedade, Gunther Oettinger, afirmou que sonhava com um exército "que seja conjuntamente responsável pela manutenção da democracia, direitos humanos, liberdade na Europa e missões estrangeiras".