Em uma entrevista ao jornal Washington Post, o alto responsável sugeriu a Pequim "realizar mudanças de grande envergadura" na área política, económica e militar, sendo esta "a melhor, senão a última, chance" de a China evitar um cenário de guerra fria com os EUA.
Caso Pequim não faça concessões concretas, os EUA estão dispostos a aumentar a pressão econômica, diplomática e política sobre o país, observou. Em sua opinião, a economia estadunidense é bastante forte para suportar tal escalada, enquanto a chinesa "é menos estável".
"A China não fará isso, não é um país que obedeça seja a quem for, especialmente levando em conta seu significativo poderio econômico atual. Rigorosamente falando, uma guerra comercial entre os EUA e a China ainda não começou. Eles têm um valor de comércio e investimentos mútuos bastante grande", comentou o especialista.
Segundo ele, para levar a cabo uma guerra comercial total, os EUA deveriam abandonar quaisquer contatos com a China, inclusive através de países terceiros, o que prejudicaria as economias chinesa e norte-americana, bem como a mundial. Mas a China se antecipou, realizando a estratégia Cinturão Económico da Rota da Seda do século XXI, entrando em novos mercados e diminuindo o comércio com os Estados Unidos.
"O objetivo econômico desse projeto [Cinturão Económico da Rota da Seda] é o desenvolvimento das relações com os países da Europa Ocidental. Será que eles irão concordar com a diminuição das relações comerciais com a China, das quais eles já dependem significativamente? Aqui há muitas perguntas", concluiu Ostrovsky, acrescentando que "a declaração de Mike Pence parece ser uma ameaça bastante abstrata".