O anúncio foi feito através das redes sociais de Bolsonaro.
A política externa brasileira deve ser parte do momento de regeneração que o Brasil vive hoje. Informo a todos a indicação do Embaixador Ernesto Araújo, diplomata há 29 anos e um brilhante intelectual, ao cargo de Ministro das Relações Exteriores.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 14 de novembro de 2018
Ernesto Araújo é diplomata de carreira do Itamaraty e subsecretário de Assuntos Políticos nas relações do Brasil com os Estados Unidos, o Canadá e o México. Apesar de ser embaixador, Araújo nunca esteve à frente de missões no exterior.
Segundo o jornal O Globo, o agora futuro chanceler brasileiro ficou conhecido em círculos bolsonaristas após a publicação do artigo "Trump e o Ocidente" nos Cadernos de Política Exterior do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI). O artigo faz elogios ao presidente norte-americano, Donald Trump, exalta o nacionalismo e critica inimigos internos.
Ernesto também escreve que trata-se de uma visão de "pan‑nacionalismo" e que "o Brasil necessita refletir e definir se faz parte desse Ocidente".
Em outro trecho do artigo, Araújo fala também sobre a relação dessa visão de nacionalismo com a China e a Rússia.
"O inimigo do Ocidente não é a Rússia nem a China, não é um inimigo estatal, mas é sim principalmente um inimigo interno, o abandono da própria identidade, e um inimigo externo, o islamismo radical — o qual, entretanto, ocupa lugar secundário em relação ao primeiro, pois o islamismo só representa ameaça porque encontra o Ocidente espiritualmente fraco e alheio a si mesmo".
Conforme divulgou a Folha de São Paulo, o diplomata fez campanha aberta para Jair Bolsonaro durante as eleições presidenciais. O jornal também revelou no início de outubro que Araújo chegou a chamar o PT de "Partido Terrorista" em seu blog pessoal. Ainda segundo o jornal, o futuro chanceler também usou a página para tecer críticas ao "globalismo" que seria guiado pelo "marxismo cultural".