O porta-voz do Partido de Justiça e Desenvolvimento da Turquia, Omer Celik, disse que a ideia de um exército pan-europeu é uma indicação de que a OTAN mostra atualmente sinais de divisão, de acordo com a agência de notícias turca Anadolu.
"Três ou cinco anos atrás isso seria impensável. Isso mostra claramente uma fratura emergente na aliança transatlântica", disse ele, acrescentando que um possível exército da UE provavelmente não será uma alternativa à OTAN.
Celik acrescentou que, independentemente de um exército europeu ser criado ou não, "nenhuma segurança pode ser assegurada, seja nos Bálcãs ou na Europa, como um todo sem o envolvimento da Turquia".
Ela apoiou a proposta do presidente francês Emmanuel Macron, salientando que "a Europa deve tomar o seu destino nas suas próprias mãos". De modo a coordenar a questão, ela também propôs a criação de um "Conselho de Segurança Europeu".
A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather Nauert, por sua vez, disse que Washington não queria ver a OTAN enfraquecida em meio a apelos europeus por um exército independente.
Mais cedo, o presidente dos EUA, Donald Trump, apontou que foi "muito insultuoso" seu colega francês, Emmanuel Macron, sugerir que a Europa deva construir suas próprias forças militares para se defender da Rússia, China e até mesmo dos EUA.
Falando da necessidade de a UE ter suas próprias forças armadas, Macron disse em uma entrevista à estação de rádio Europe 1 que a França não deve depender apenas dos Estados Unidos e que Paris não conseguirá proteger os europeus "a menos que tenhamos um verdadeiro exército europeu".
A ideia de um único exército da União Europeia tem vindo à tona há pelo menos vários anos. Desde 2013, Berlim tem supervisionado esforços para uma integração da defesa da UE mais estreita através do Conceito das Nações-Quadro, que prevê que a Alemanha compartilhe suas tropas e capacidades com outros países europeus.