"Uma missão a Marte é possível em um futuro muito próximo, mas isso não é um objetivo em si. Nossos motores podem ser a base para uma série de missões espaciais que atualmente parecem ficção científica", disse Vladimir Koshlakov, chefe do Centro de Pesquisas Keldysh, em Moscou.
O instituto, famoso por desenvolver o foguete Katyusha lançado durante a Segunda Guerra Mundial, vem trabalhando no que diz ser um sistema de propulsão "único" desde 2009. A partir de descrições anteriores, ele é composto por um reator de fissão refrigerado a gás que alimenta um gerador, que por sua vez alimenta um propulsor de plasma.
Vários reatores nucleares foram instalados no espaço pelos soviéticos e pela NASA entre as décadas de 1960 e 1980, mas, embora Koshlakov tenha se recusado a nomear uma data para quando os novos motores estarão prontos, ele diz que "ultrapassará o nível atual de tecnologia e tecnologia e desenvolvimento científico".
"A reutilização é a prioridade", afirmou Koshlakov, um pesquisador científico especializado em transferência de calor e modelagem matemática.
"Precisamos desenvolver motores que não precisem ser aperfeiçoados ou reparados mais de uma vez a cada 10 voos. Além disso, 48 horas após o foguete retornar do espaço, ele deve estar pronto para ser usado novamente. É isso que o mercado exige", acrescentou.
Questionado sobre se poderia ser atacado por empresas estrangeiras, particularmente corporações privadas mais ágeis, como a SpaceX, de Elon Musk, que está planejando sua missão em Marte, Koshlakov não se preocupou.
"Elon Musk está usando a tecnologia existente, desenvolvida há muito tempo. Ele é um homem de negócios: ele pegou uma solução que já estava lá e a aplicou com sucesso. Notavelmente, ele também está fazendo seu trabalho com a ajuda do governo", concluiu Koshlakov.