"Temos um conjunto de temas que creio que dão uma perspectiva à nossa relação, no sentido de dar a ela um conteúdo econômico à excelente relação política já existente", afirmou Villarroel.
Villarroel ainda destacou que o contrato com a Rosatom "está em pleno curso e estabelece uma linha de relação de longo prazo" ao garantir a decisão de "formar quadros e iniciar a tarefa de assimilar uma nova tecnologia, que é a nuclear".
No que se refere à Gazprom, o diplomata assinalou que atualmente há discussões para "um contrato petrolífero [com a empresa russa] na área de Vitiaqua, que pode ter investimentos que superam um bilhão de dólares, formando uma empresa mista entre a Gazprom e a boliviana YPF", disse.
Segundo Villarroel, a Rússia também mostrou seu interesse no "trem bioceânico, que é um magaprojeto no Cone Sul, que vai unir o Atlântico com o Pacífico e vai permitir que se possa evitar a passagem pelo canal do Panamá, barateando o transporte de um conjunto de produtos da América do Sul para a Ásia e a Europa", afirmou.
Falando das perspectivas de cooperação entre a Rússia e a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC), o embaixador enfatizou que "as sanções impostas pelos EUA e pela União Europeia contra a Rússia, creio que obrigam a Rússia a buscar outras partes do mundo, entre elas a América Latina".
"Apesar das distâncias, das barreiras de idioma, a Rússia goza naturalmente da simpatia de grandes setores da população e de empresários também, cada vez mais na América Latina, e o CELAC é um instrumento de integração dos países latinoamericanos e também dos países do Caribe".
Villarroel ainda expressou sua esperança de que a Rússia e os países da América Latina possam "ganhar muito com uma relação de integração econômica".